saúde
Estudo do IPq comprova que reposição
hormonal requer cautela
Da Redação, Agência USP
Pesquisa realizada por uma equipe do Instituto de Psiquiatria
(IPq) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, liderada pelo psiquiatra Joel
Rennó Junior, coordenador do Projeto de Atenção à
Saúde Mental da Mulher (Pro-Mulher) do IPq, estudou os efeitos
da terapia de reposição estrogênica sobre o humor,
a ansiedade e memória de mulheres menopausadas.
O trabalho envolveu 59 mulheres, entre 45 e 56 anos, divididas aleatoriamente
em dois grupos, um que tomava hormônio (estrogênio eqüino
conjugado 0,625 mg diário); e outro que recebia substância
inócua (placebo).
Todas estavam na menopausa há pelo menos dois anos e apresentavam
sintomas depressivos, ansiedade e queixas de memória. Eram pacientes
típicas de clínicas ginecológicas de menopausa, provenientes
do ambulatório de ginecologia do Hospital das Clínicas;
do Pro-Mulher do IPq e do Hospital Pérola Byington de São
Paulo.
O tempo de seguimento do estudo foi de seis ciclos de 28 dias, ou seja,
aproximadamente seis meses. Os testes cognitivos e as escalas psicométricas
(avaliação do humor e ansiedade) foram aplicados no início
e no final do estudo. As pacientes foram acompanhadas mensalmente para
controle de dosagens hormonais, checagem de possíveis efeitos colaterais
e aderência ao tratamento.
Os resultados negativos inéditos alcançados, indicam que
a terapia de reposição hormonal (TRH) deve ser avaliada
minuciosamente e individualmente para cada paciente. Em vista dos fatos,
de acordo com Joel Rennó, só se deve administrar a TRH após
avaliação ginecológica e psiquiátrica detalhadas
e discutindo-se com as pacientes os riscos e os benefícios. Se
os benefícios superarem os riscos, e isso significar melhora da
qualidade de vida, as pacientes podem fazer uso dessa terapia. Caso contrário,
outras alternativas devem ser viabilizadas.
O psiquiatra ressalta ainda que pacientes na perimenopausa (período
que se inicia com a queda dos hormônios e pode persistir até
um ano após a menopausa) e mais jovens se constituem em um grupo
com maiores chances de resposta favorável à TRH, quando
comparadas com as menopausadas e mais idosas.
Mais detalhes da pesquisa serão apresentados na I Jornada de Saúde
Mental da Mulher, que terá participação do IPq e
será realizada nos dias 30 e 31 de maio, no Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ipq
Mais informações: (0XX11) 3083- 0473 ou 9261-1027, com
Julieta Magalhães
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