São Paulo, 08/07/2003

educação
Políticas governamentais e mudança na mentalidade explicam avanço da educação brasileira


Olavo Soares

O Brasil foi o país que apresentou a maior evolução no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado anualmente pela ONU. De 1975, ano da primeira divulgação do ranking, para 2002, o País avançou 16 posições, saltando do 81º posto para a 65ª colocação.

Junto com a longevidade, o item que mais contribuiu para a melhora de desempenho do Brasil foi a educação. O País apresentou, de 1990 a 2001, o aumento de 86% para 97% de crianças de 7 a 14 anos matriculadas nas escolas. A evolução também foi vista na queda do analfabetismo: no mesmo período, o total de pessoas com mais de 15 anos com capacidade de ler e escrever subiu de 82% para 87,3%.

Para o professor Celso de Rui Beisiegel, da Faculdade de Educação (FE) da USP, um dos fatores que possibilitaram esta melhora foi o avanço da urbanização do País: "as condições para o trabalho escolar no meio urbano são extremamente melhores do que as encontradas no campo", aponta.

"Não-reprovação"
Beisiegel destaca também que a melhora no índice de crianças matriculadas na escola pode estar relacionado com uma mudança no pensamento pedagógico. "Antigamente se reprovava muito nas escolas. Hoje, existe uma tendência de 'não-reprovação', que pensa que a repetência pode ser um dos principais fatores que retiram os alunos das escolas", explica.

"As escolas tratavam os alunos 'difíceis' como algo que deveria ser retirado das salas de aula. Hoje, o trabalho que é feito visa a permanência desta criança na classe", comenta o professor, citando que este é um dos maiores avanços no sistema pedagógico brasileiro.

Beisiegel ressalta que o avanço na educação não depende unicamente da aplicação de conceitos pedagógicos, mas principalmente da ação governamental: "tivemos uma grande melhoria com o emprego do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, programa do Ministério da Educação que trabalha na distribuição de recursos para o Ensino Fundamental). Mas o que seria o mais importante neste momento, para que a educação brasileira realmente apresente evoluções maiores, é aprimorar a formação de professores", finaliza.

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