Mais de 200 convidados abrem o 14º Encontro das Universidades de Língua
Portuguesa
do Jornal da USP
Na abertura do 14º Encontro das Universidades de Língua Portuguesa
(AULP), realizada na noite de quinta-feira (22), no Palácio dos Bandeirantes,
em São Paulo, alguns dos convidados a integrar a mesa do cerimonial destacaram
a importância da construção da universidade virtual nos países de língua
portuguesa como forma de promover o desenvolvimento e integração de povos
que têm o português com um dos idiomas oficiais.
A criação de uma universidade virtual que permite o intercâmbio de conhecimento
e tecnologia entre países como Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste é um dos
temas debatidos nesta sexta-feira, 23, na Escola Politécnica, que sedia
o encontro até domingo, 25 de julho (mais informações podem ser obtidas
em http://www.usp.br/ccint/aulp).
O governador Geraldo Alckmin e seu vice, Cláudio Lembo, receberam os cerca
de 200 convidados que lotaram a Sala dos Pratos, na sede do governo paulista,
entre eles o reitor da USP, Adolpho José Melfi, o representante da Unesco
no Brasil, Célio da Cunha e o presidente da AULP, João Sebastião Teta.
Temos uma temática importante a ser discutida mas talvez
o objetivo maior seja a consolidação da universidade virtual
de línguas portuguesas, cujo pontapé inicial foi o lançamento
do portal Univirtual Professor Milton Santos. O grande problema de cooperação
entre países como o nosso são os recursos escassos e a distância,
e nesse sentido a universidade virtual seria uma forma efetiva de intercâmbio,
disse ao Jornal da USP o reitor Adolpho José Melfi.
A professora Magda Carneiro Sampaio, que inaugurou o portal Univirtual
Professor Milton Santos, lembrou que o serviço online disponibilizará
38 sites de ensino a distância oferecidos pela USP e outras instituições
brasileiras, além de links para bibliotecas virtuais e sites de
referências bibliográficas, como o Scielo Brazil. O portal
hospeda toda a produção científica da USP e de outras
instituições, como Capes, e ainda o conteúdo de mais
de 7.200 periódicos internacionais.
O angolano Sebastião Alfredo Macunge, professor da maior instituição
de ensino superior de seu país, a Universidade Agostinho Neto,
lembrou a importância do intercâmbio e a troca de experiências
para seu país. O grande problema que Angola vive é
que lá temos quadros docentes muito pequenos e não é
possível encontrarmos professores para toda a extensão territorial
do país. Então o ensino a distancia é importante
para fortalecer os centros universitários e núcleos das
províncias. Nesse sentido, como não temos experiência
nesse campo estamos tentando aproveitar a experiência brasileira
e ver como é que podemos ajudar nosso país. Porque só
com o crescimento do homem é que será possível a
Angola explorar os seus recursos naturais e se tornar forte, disse.
A universidade virtual procura trabalhar o ensino, a pesquisa e
a extensão sem a presença do aluno. Nesse sentido, precisamos
ter instrumentos de produção de cursos a distancia que exigem
novas técnicas, os professores precisam ser treinados diferentemente,
disse o professor Caio Dantas, que coordena o Grupo de Trabalho de Ensino
a Distância da USP.
Intercâmbios
Sobre os intercâmbios que já renderam frutos para países
de língua portuguesa, a professora Magda comentou sobre a cooperação
Brasil-Angola para prevenção e tratamento da Aids, no qual
se envolveu o Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade
de Medicina (FM). Mencionou também a construção de
um Instituto do Coração em Luanda a partir de modelos de
atenção médica do Incor da FM. No Timor Leste, a
USP coopera com a reconstrução do país e o ensino
da língua portuguesa através da música brasileira,
projeto no qual também estão envolvidas a PUC-SP e a Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Outra ação implementada foi o acordo
de investigação científica entre o Instituto de Biociências,
o Instituto de Ciências Biomédicas, ambos da USP, e o Instituto
Gulbenkian de Ciências, de Portugal, que preparam um programa conjunto
de doutorado na área da Imunologia.
Este congresso é importante porque permite a troca de experiências
entre universidades. Por intermédio da USP, por exemplo, especificamente
da Faculdade de Medicina, temos levado tecnologia e conhecimento a Angola
e outros países da África, América Central e Caribe.
Mas, além de difundir conhecimento, também temos muito a
aprender com outras universidades, tanto públicas como privadas.
E, principalmente, preservar e difundir a língua portuguesa, um
laço importante que nos une, disse o governador Geraldo Alckmin.
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