São Paulo, 23/07/2004


Mais de 200 convidados abrem o 14º Encontro das Universidades de Língua Portuguesa


do Jornal da USP

Na abertura do 14º Encontro das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), realizada na noite de quinta-feira (22), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, alguns dos convidados a integrar a mesa do cerimonial destacaram a importância da construção da universidade virtual nos países de língua portuguesa como forma de promover o desenvolvimento e integração de povos que têm o português com um dos idiomas oficiais.

A criação de uma universidade virtual que permite o intercâmbio de conhecimento e tecnologia entre países como Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste é um dos temas debatidos nesta sexta-feira, 23, na Escola Politécnica, que sedia o encontro até domingo, 25 de julho (mais informações podem ser obtidas em http://www.usp.br/ccint/aulp).

O governador Geraldo Alckmin e seu vice, Cláudio Lembo, receberam os cerca de 200 convidados que lotaram a Sala dos Pratos, na sede do governo paulista, entre eles o reitor da USP, Adolpho José Melfi, o representante da Unesco no Brasil, Célio da Cunha e o presidente da AULP, João Sebastião Teta.

“Temos uma temática importante a ser discutida mas talvez o objetivo maior seja a consolidação da universidade virtual de línguas portuguesas, cujo pontapé inicial foi o lançamento do portal Univirtual Professor Milton Santos. O grande problema de cooperação entre países como o nosso são os recursos escassos e a distância, e nesse sentido a universidade virtual seria uma forma efetiva de intercâmbio”, disse ao Jornal da USP o reitor Adolpho José Melfi.

A professora Magda Carneiro Sampaio, que inaugurou o portal Univirtual Professor Milton Santos, lembrou que o serviço online disponibilizará 38 sites de ensino a distância oferecidos pela USP e outras instituições brasileiras, além de links para bibliotecas virtuais e sites de referências bibliográficas, como o Scielo Brazil. O portal hospeda toda a produção científica da USP e de outras instituições, como Capes, e ainda o conteúdo de mais de 7.200 periódicos internacionais.

O angolano Sebastião Alfredo Macunge, professor da maior instituição de ensino superior de seu país, a Universidade Agostinho Neto, lembrou a importância do intercâmbio e a troca de experiências para seu país. “O grande problema que Angola vive é que lá temos quadros docentes muito pequenos e não é possível encontrarmos professores para toda a extensão territorial do país. Então o ensino a distancia é importante para fortalecer os centros universitários e núcleos das províncias. Nesse sentido, como não temos experiência nesse campo estamos tentando aproveitar a experiência brasileira e ver como é que podemos ajudar nosso país. Porque só com o crescimento do homem é que será possível a Angola explorar os seus recursos naturais e se tornar forte”, disse.

“A universidade virtual procura trabalhar o ensino, a pesquisa e a extensão sem a presença do aluno. Nesse sentido, precisamos ter instrumentos de produção de cursos a distancia que exigem novas técnicas, os professores precisam ser treinados diferentemente”, disse o professor Caio Dantas, que coordena o Grupo de Trabalho de Ensino a Distância da USP.

Intercâmbios
Sobre os intercâmbios que já renderam frutos para países de língua portuguesa, a professora Magda comentou sobre a cooperação Brasil-Angola para prevenção e tratamento da Aids, no qual se envolveu o Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina (FM). Mencionou também a construção de um Instituto do Coração em Luanda a partir de modelos de atenção médica do Incor da FM. No Timor Leste, a USP coopera com a reconstrução do país e o ensino da língua portuguesa através da música brasileira, projeto no qual também estão envolvidas a PUC-SP e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Outra ação implementada foi o acordo de investigação científica entre o Instituto de Biociências, o Instituto de Ciências Biomédicas, ambos da USP, e o Instituto Gulbenkian de Ciências, de Portugal, que preparam um programa conjunto de doutorado na área da Imunologia.

“Este congresso é importante porque permite a troca de experiências entre universidades. Por intermédio da USP, por exemplo, especificamente da Faculdade de Medicina, temos levado tecnologia e conhecimento a Angola e outros países da África, América Central e Caribe. Mas, além de difundir conhecimento, também temos muito a aprender com outras universidades, tanto públicas como privadas. E, principalmente, preservar e difundir a língua portuguesa, um laço importante que nos une”, disse o governador Geraldo Alckmin.


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