Reunião debate a internacionalização das instituições de ensino
Diego Mattoso / USP Online
A internacionalização do ensino superior foi o tema da reunião
currículos de graduação: tendências e
perspectivas de maior unificação, nesta sexta (23),
durante o XIV Encontro da Associação das Universidades
de Língua Portuguesa (AULP), na USP. Os integrantes do evento
apresentaram experiências já consolidadas entre instituições
universitárias e discutiram propostas de inserção
das universidades lusófonas nesse processo.
A internacionalização é uma realidade que está
aí, e nós precisamos entendê-la melhor. Já
é uma unanimidade que o processo é necessário para
o próprio desenvolvimento dos países, disse Sonia
Penin, pró-reitora de graduação da USP. Ela argumentou
que o conhecimento tornou-se globalizado, juntamente com a economia e
o trabalho, e que deve haver a inserção global das universidades
para que se atue mais eficazmente no plano social local.
Os participantes da reunião apresentaram as atividades de intercâmbio
das respectivas instituições de que são membros.
Adelberth Adam, representante da Fundação Eduardo dos Santos,
de Angola, comentou os recentes acordos fechados entre a fundação
e a VUNESP, para o intercâmbio de alunos africanos no Brasil. É
necessário formar novos quadros de profissionais para o desenvolvimento
de Angola, principalmente na área tecnológica e em saúde,
afirmou.
Na palestra ministrada pelo membro da Universidade Técnica de Lisboa,
Pedro Lourtie, foram apresentadas as tendências do ensino superior
na comunidade européia. Segundo ele, a integração
entre instituições do continente é um projeto que
deve ser consolidado até 2010. Mas o conflito entre iniciativas
dessas instituições e as decisões dos governos nacionais
é um dos obstáculos para a formação de um
espaço comum europeu de ensino. Um espaço lusófono
de ensino superior seria ainda mais difícil de ser implementado,
uma vez que as diferenças entre os países de língua
portuguesa são grandes na área da educação,
explicou.
Internacionalização da USP
A USP é internacional desde sua origem, com a participação
de pesquisadores estrangeiros e a adoção de diretrizes curriculares
internacionais. Mas a internacionalização da universidade
se intensificou nos últimos anos, afirmou o vice-reitor da
USP, Hélio Nogueira da Cruz. Ele disse também que a USP
quer avançar nesse processo na área da graduação,
onde os intercâmbios são menos intensos. Mas observa também
que a língua é uma grande barreira para atrair alunos
de outros países para estudar na aqui.
Segundo a pró-reitora Sonia Penin, a USP busca intercâmbios
não só internacionais, mas também com instituições
brasileiras. A contrapartida dessa internacionalização
é a nacionalização. É fundamental que os alunos
conheçam também o próprio país, declarou.
Entretanto a escassez de recursos financeiros foi o principal problema
apontado por Sonia no processo. Somente aqueles que tem condições
econômicas de estudar no exterior é que participam de intercâmbios.
Precisamos dar apoio para que aqueles que não possuem recursos
também possam ir, mas não disponibilizamos de dinheiro para
isso.
Ela apresentou os projetos de convênio com outras universidades,
sobretudo paulistas. Um deles prevê o intercâmbio com a Unesp
e a Unicamp, pelo qual serão cumpridos até 20% dos créditos
de disciplinas.
Os professores Antonio Carlos Vieira Coelho (Poli-USP) e Edson Luiz Riccio
(FEA-USP) também estavam presentes e falaram das experiências
de duplo currículo compartilhadas entre instituições
internacionais e as unidades da USP. A reunião foi presidida por
José Alberto Ferreira Gomes, da Universidade do Porto (Portugal).
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