São Paulo, 11/08/2004

Tarso Genro defende na Assembléia projeto de democratização do ensino público

André Benevides

Na próxima terça-feira (17), deverá entrar em tramitação na Assembléia Legislativa de São Paulo o projeto de lei que prevê a reserva de 50% das vagas, em universidades estaduais, para alunos oriundos do ensino público, e de 30% para negros e indígenas.Em apoio ao projeto, o ministro da Educação, Tarso Genro, esteve na Assembléia na tarde desta quarta-feira (11), onde proferiu palestra pela democratização das universidades públicas.

Genro manifestou solidariedade ao movimento que está sendo feito na Assembléia para a instituição, em nível estadual, das cotas para estudantes de escolas públicas e afros-descendentes nas universidades estaduais. Segundo ele, "a cotização das vagas não é a solução, mas ajuda as classes populares a chegarem na universidade pública. A intenção é que um dia as cotas não sejam mais necessárias."

Segundo o deputado Cândido Vaccarezza, líder do PT na Câmara e principal autor do projeto, um dos objetivos da iniciativa é "estimular o fortalecimento do ensino público", na medida em que seus estudantes serão privilegiados com o projeto.

Na USP, opção é por cursinho gratuito
Desde julho, está em funcionamento na Zona Leste da Capital um cursinho pré-vestibular gratuito, ministrado por alunos da USP, destinado a estudantes de escolas públicas da região. Os cursinhos populares são uma alternativa da Universidade de São Paulo ao sistema de cotas. Em abril deste ano, o projeto foi apresentado a Tarso Genro, quando ele visitou a universidade. Na oportunidade, após participar de um encontro com o reitor da USP, Adolpho José Melfi, o ministro declarou: "o reitor tem uma visão distinta da nossa." Contudo, deixou claro também que o projeto do governo de cotas para negros não seria uma imposição.

Outra iniciativa da USP foi a concessão de mais isenções da taxa do vestibular da Fuvest para estudantes de baixa renda. No ano passado, foram 20 mil e a expectativa é que neste ano as isenções cheguem a 60 mil.

Protestos
A palestra de Tarso Genro foi marcada pela manifestação de movimentos estudantis contrários à reforma universitária, tal como se pretende realizar. Os protestos provocaram o encerramento do debate antes que outras pessoas tomassem a palavra, como era previsto.

Os estudantes protestaram principalmente contra o Programa Universidade para Todos (ProUni), que prevê a ocupação de parte das 550 mil vagas ociosas nas universidades privadas por estudantes do ensino público. A crítica é que, ao invés de fazer acordo com o setor privado, o governo deveria investir na expansão e na qualidade do ensino público superior.

O ministro afirmou que os manifestantes "prestam um desfavor à universidade ao tentarem interditar o debate sobre a reforma universitária", e classificou a atitude deles como "fascista".


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