Projeto Caminho de Volta auxiliará na localização
de crianças e adolescentes
Da Redação, Agência USP
Nesta segunda-feira (13), às 19h30, no Salão Nobre da Congregação
da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), acontece o lançamento
do Projeto Caminho de Volta: Busca de Crianças Desaparecidas
no Estado de São Paulo. O projeto tem o objetivo de contribuir
na identificação de crianças, otimizando o atual
sistema de busca, registro de dados, troca de informações
e apoio às famílias dos desaparecidos.
A iniciativa, que alia Biologia Molecular, Psicologia, Informática
e Telemedicina, é do Departamento de Medicina Legal, Ética
Médica e Medicina Social e do Trabalho, em conjunto com a Disciplina
de Telemedicina da FMUSP. Os métodos utilizados também irão
fornecer bases para a realização de pesquisas e elaboração
de políticas públicas de prevenção dos desaparecimentos.
"Hoje, é possível estabelecer com segurança
qualquer vínculo de filiação por meio da identificação
de marcadores genéticos do DNA", afirma a professora Gilka
Figaro Gattás, chefe do Departamento de Medicina Legal, Ética
Médica e Medicina Social e do Trabalho da FMUSP. "O Projeto
Caminho de Volta emprega um seqüenciador automático, capaz
de realizar 2.000 genotipagens semanais", explica.
Uma das ações do projeto envolve processos modernos de seqüenciamento
de DNA, com a análise de amostras biológicas dos pais ou
parentes dos desaparecidos, das crianças e adolescentes encontrados
e de restos mortais localizados. As informações genéticas
são inseridas em bancos de dados diferentes, cruzados com a finalidade
de encontrar resultados compatíveis.
OIto mil desaparecidos
A Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Estado de São Paulo, ligada
ao Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), registra o desaparecimento de cerca de 8.000 crianças
por ano.
A coleta do material biológico (sangue) será realizada no
DHPP ou no Centro de Ciências Forenses (Cencifor) do Departamento
de Medicina Legal da FMUSP, após realização, em uma
Delegacia de Polícia, de Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento
da criança ou adolescente.
Além disso, o Projeto Caminho de Volta irá fornecer
suporte psicológico às famílias e aos desaparecidos
encontrados, com intuito de auxiliar a reintegração familiar.
Os psicólogos também farão uma análise da
situação familiar destas crianças, do ponto de vista
emocional, estrutural e sócio-econômico. O objetivo é
chegar ao motivo dos desaparecimentos, muitas vezes ligados à negligência,
violência doméstica, abuso sexual intrafamiliar e miséria.
O projeto vai capacitar, por intermédio da Telemedicina, os profissionais
envolvidos na coleta de amostras, na obtenção e registro
de dados relevantes sobre os desaparecimentos e na informação
das comunidades. Investigadores, assistentes sociais, educadores, integrantes
do Ministério Público, do Poder Judiciário e de Organizações
Não-Governamentais, entre outras pessoas, terão acesso a
cursos presenciais e à distância, apoiados em tecnologia.
"Nossa proposta é criar Unidades Educacionais Interativas,
que permitirão compartilhar conhecimentos sem haver deslocamento
físico", afirma o professor Chao Lung Wen, Coordenador da
Disciplina de Telemedicina da FMUSP.
A Telemedicina vai proporcionar ainda o compartilhamento de informações
entre todas as instituições participantes, com a estruturação
de uma rede integrada entre órgãos governamentais e não-governamentais.
O Salão Nobre da Congreação da FMUSP fica na Avenida
Dr. Arnaldo, 455, Cerqueira César, São Paulo.
Mais informações: (0XX11) 3085-9677, no Departamento
de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho
da FMUSP; ou no (0XX11) 3066-7495 ou 9603-3343, no Desenvolvimento Estratégico
em Comunicação da Disciplina de Telemedicina da FMUSP
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