São Paulo, 20/09/2004


Lombalgia atinge 59% dos caminhoneiros de São Paulo


Da redação, Agência USP

Uma das principais causas de afastamento temporário e permanente do trabalho no Brasil, a lombalgia (dor na região lombar) atinge mais da metade dos motoristas de caminhão do Estado de São Paulo, principalmente os que exercem a atividade várias horas por dia. Uma pesquisa da fisioterapeuta Silvia Ferreira Andrusaitis mostrou que 59% dos caminhoneiros sofrem de lombalgia e, para cada hora de trabalho, o risco de o motorista ter dor lombar aumenta 7%.

Segundo Silvia Andrusaitis, a lombalgia ocupacional é um mal que acomete principalmente indivíduos que trabalham na condução de veículos motorizados, com destaque para os caminhoneiros que passam longas horas do dia ao volante. A fisioterapeuta pesquisou o tema para sua dissertação de mestrado, defendida junto ao Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), sob orientação do ortopedista Reginaldo Perilo Oliveira.

Em seu estudo foram avaliados 489 caminhoneiros do sexo masculino, dos quais 410 foram selecionados para a pesquisa, com uma média de 9,90 horas de trabalho diário. Todos tinham mais de um ano de experiência profissional e a condição era de que não tivessem apresentado dor na região lombar antes do exercício da atividade. O objetivo foi investigar a prevalência de lombalgia entre caminhoneiros, bem como os fatores de riscos relacionados à ocorrência de dor lombar.

A pesquisa focalizou caminhoneiros que trabalhavam nas rodovias paulistas Castello Branco, Raposo Tavares e Senador José Ermírio de Moraes, entre os meses de março e novembro de 2003. O grupo respondeu a um questionário onde foram abordados fatores como idade, prática de atividade física e esportiva, hábitos gerais de saúde e questões relativas ao exercício profissional. Calculou-se também o índice de massa corpórea, por meio da relação entre o peso corporal e o quadrado da estatura.

Horas de Trabalho
O resultado indicou que a prevalência de lombalgia nos caminhoneiros é de 59% e, dentre as variáveis estudadas, apenas o número de horas de trabalho mostrou-se estatisticamente significante. "O principal resultado é a correlação do número de horas de trabalho com a ocorrência da dor lombar", destaca Silvia Andrusaitis. Mas outros fatores também contribuem para uma postura errada, adverte a fisioterapeuta. "Permanecer sentado por tempo prolongado, expor-se à vibração, inclinações e rotações excessivas do tronco, carregar objetos pesados e manter a concentração que a atividade exige, sem intervalos adequados de relaxamento."

Apesar de o fator sedentarismo não ter apresentado correlação com a dor lombar, 77% dos caminhoneiros estudados não praticavam qualquer atividade física. Foi detectada a ocorrência de irradiação da dor para membros inferiores em 33,9% dos motoristas que apresentaram lombalgia. "Esta média é maior do que a encontrada na população em geral, o que pode ser indicativo de comprometimento do disco intervertebral", afirma a autora do estudo. Com relação às ausências no trabalho, 17,4% dos motoristas de caminhão já se ausentaram pelo menos uma vez em decorrência da lombalgia. O período de afastamento variou de um a 240 dias.

Fonte: Agência de Comunicação da FMUSP

Mais informações: (0XX11) 3032-1092, ou e-mail cacilda.luna@serranoassociados.com.br com Cacilda Luna


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