Yara Camargo

Pesquisadores do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP desenvolveram um sistema para o diagnóstico preciso de agentes causadores de asma e rinite. Coordenado pelo professor da FM, Fábio Morato Castro, o projeto está em desenvolvimento há um ano e em atividade desde maio. Calcula-se que no Brasil cerca de 15% da população sofra de asma e cerca de 35% tenha rinite.

O sistema é composto por uma cabine completamente isolada, onde o paciente é submetido a diferentes tipos de alérgenos, como ácaros, poeira, pólen, produtos químicos, fungos e pêlos de animais domésticos. "O paciente inala o agente por meio de tubos e aparelhos instalados dentro da cabine", conta Castro.

Os elementos são lançados no ar de forma controlada, evitando dessa forma que haja uma intoxicação. "Mesmo assim existe um sistema de emergência que, ao ser acionado, aspira todo o ar interno e abre as portas." Dentro da cabine cabe uma pessoa sentada, ou em cima de uma bicicleta, utilizada para testes conciliados com exercícios físicos.

Denominada de cabine de provocações pulmonares, é única no Brasil e inspirada em sistemas similares de outros países. O ar dentro da cabine não sofre contaminação pelo ambiente externo e vice e versa, pois é filtrado, tanto na entrada como na saída. Segundo Castro, "isso é uma vantagem em relação aos sistemas existentes". Todo o processo é controlado por computadores que avaliam tanto as funções pulmonares do paciente, quanto medem temperatura, umidade e quantidade de partículas do ar da cabine. "Mas nós ainda queremos instalar outros aparelhos." A idéia é tornar o diagnóstico cada vez mais preciso.

"Os pacientes do HC já podem contar com mais esse recurso para o tratamento de doenças respiratórias", afirma o pesquisador. Quando descoberto o fator que causa a crise de asma, os especialistas podem indicar um tratamento preventivo mais específico, que poderá ser uma limpeza ambiental, a utilização de medicamentos ou imunoterapia específica, tratamento de longo prazo que consiste na injeção subcutânea do extrato do agente causador da alergia.

A pesquisa contou com o apoio do Instituto de Investigação em Imunologia (III).

Mais informações: (0XX11) 4990-1806, com Heitor Barbo