São Paulo, 26/10/2004

Estudo aponta queda da evasão de alunos na USP

Júlio Bernardes


O índice de evasão de alunos na USP caiu de 32% para 22%. Este é um dos resultados preliminares de um estudo solicitado pela Pró-Reitoria de Graduação da USP à Faculdade de Educação (FE), com dados do Núcleo de Apoio aos Estudos de Graduação (NAEG). A pesquisa, que analisou a trajetória escolar dos alunos que entraram na Universidade entre 1995 e 1998, indica que 63,9% das evasões aconteceram no primeiro ano dos cursos.

A pró-reitora de Graduação da USP, professora Sonia Penin, explica que o estudo mostrou a redução dos abandonos durante o período ideal do curso, que varia de quatro a seis anos conforme a habilitação. "Entre os alunos que entraram na USP em 1995, a evasão foi de 32%, índice que caiu para 27% entre os ingressantes de 1997, e 22% entre os estudantes que iniciaram os cursos em 1998", afirma a professora.

Sonia aponta que a maior parte das evasões está concentrada no primeiro ano de curso. "Dos 7.115 alunos que entraram em 1998, aconteceram 1.626 abandonos, sendo que 1.039 deles no primeiro ano, ou seja, 63,9% no total", calcula. "Se considerarmos a evasão apenas no primeiro semestre de aulas, teremos 720 estudantes que deixaram a USP, o que representa 44,3% do total de evasões".

Perfil
Segundo a pró-reitora, a pesquisa traçou um perfil dos alunos que entraram na USP, em especial os evadidos. "A maioria dos abandonos, 57,8%, acontece na área de Humanas, contra 33,1% em Exatas e 10% em Biológicas", aponta. "Embora 45,5% dos abandonos tenha ocorrido com estudantes com menos de 21 anos, 54,6% dos evadidos tinham alguma experiência anterior no ensino superior e 24,9% já eram graduados."

As informações sobre os estudantes foram obtidas nos questionários do vestibular da Fuvest e do cadastro de alunos e disciplinas da graduação (Júpiter), que integram o banco de dados do NAEG. "Entre os alunos que abandonaram seus cursos, 42,2% estudavam no período noturno e 49,5% trabalhavam", relata Sonia Penin. "O desempenho escolar não era ruim, já que 58,6% dos evadidos tinham notas médias entre 6 e 7."

A professora ressalta ainda que os alunos evadidos apresentavam um relacionamento distanciado com os colegas e professores. "Constatou-se que 60% dos estudantes se limitavam a conversar questões de horários e disciplinas com outros alunos e apenas 21,2% fizeram amizades entre os colegas", afirma. "Somente 7,9% dos que abandonaram o curso pediam orientação aos professores fora das aulas, número que sobe para 24% entre os concluintes."

Recepção
De acordo com Sonia Penin, os resultados da pesquisa servirão para orientar os diretores de unidades da USP a adotarem medidas que reduzam a evasão escolar. "Os números mostram que deve haver maior atenção com os novos alunos desde sua recepção, mostrando-lhes com clareza os objetivos e o desenvolvimento do curso, além das perspectivas de trabalho após sua conclusão", observa.

A pesquisa sobre a trajetória escolar dos alunos da USP é coordenada pelos professores da FE Romualdo Portella de Oliveira e Sandra Zakia, e deve seguir com a organização de grupos de discussão com alunos que abandonaram os cursos para analisar em detalhes os motivos da evasão. Um cadastro de ex-alunos está sendo organizado pelo NAEG para obter informações sobre o mercado de trabalho com os formandos. A adesão pode ser feita no site http://naeg.prg.usp.br.

Mais informações: (0XX11) 3091-2315



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