|
|||||||
NEV/USP lança relatório sobre violência por armas de fogo no Brasil Da Redação, Agência USP O Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP acaba de lançar em Genebra, na Suíça, o relatório "Violência por Armas de Fogo no Brasil". O estudo compreende um período de dez anos, de 1991 a 2000, e abrange todo o território nacional, e mostra o forte impacto que as armas de fogo tiveram na mortalidade do País na década de 1990. O lançamento aconteceu nesta segunda-feira (8), às 10 horas (horário de Brasília). Os dados apontam para a gravidade do problema no Brasil, assim como para a necessidade de medidas amplas e integradas para enfrentá-lo, tendo como alvo a população mais vulnerável: jovens moradores dos grandes centros urbanos. Foram analisadas a distribuição e a evolução da mortalidade por armas de fogo nas cinco regiões, assim como nos Estados e capitais. O estudo teve como base os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O relatório mostra que existe uma tendência de crescimento das taxas de mortalidade por armas de fogo no Brasil em quatro regiões (com exceção da região Norte), em 19 estados e no Distrito Federal, e em 19 capitais. Já no final da década de 1990, as armas de fogo superaram os acidentes de trânsito como causa de morte, ocupando a primeira posição entre as chamadas causas externas. Na década de 1990, foram responsáveis por 265.975 mortes, 24% de todas as mortes por causas externas (não naturais). Desse total, 82% foram homicídios, cerca de 5% foram de suicídios e 2% de mortes acidentais; 11% das mortes por armas de fogo não tiveram a intencionalidade determinada e apenas 0,1% foi atribuída à intervenção legal. Homens jovens das capitais É importante destacar que a mortalidade por armas de fogo está crescendo em todas as faixas etárias e em grupos de gênero. A maior parte dos casos - assim como as taxas mais elevadas - concentra-se nas capitais, em especial na população jovem do sexo masculino, na faixa etária entre 15 e 19 anos. Esses apresentam uma chance 13 vezes maior do que uma mulher na mesma faixa etária de morrer em decorrência de lesão por armas de fogo. Na faixa etária de 20 a 29 anos, essa chance sobe para 20 vezes. O relatório aponta falhas nas bases de dados existentes, as quais dificultam a pesquisa e o diagnóstico para fins de planejamento. O investimento na melhoria dessas bases de dados e a construção de novas bases integradas constituem-se em um grande e importante desafio para que medidas efetivas sejam tomadas. O projeto foi coordenado por Maria Fernanda Tourinho Peres, pesquisadora do NEV-USP, e teve apoio técnico da Organização Mundial de Saúde, do escritório regional da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil e do Small Arms Survey. O Ministério da Saúde, por meio da coordenação de Prevenção a Acidentes e Violências, também contribuirá para ampla divulgação dos resultados no Brasil. Fonte: Assessoria de imprensa do Núcleo de Estudos da Violência Mais informações: (0XX11) 3091-4965, com Lilian Ronchi. A pesquisadora Maria Fernanda Tourinho Peres estará no NEV atendendo a entrevistas a partir das 13h30 desta segunda-feira (8) A reprodução do conteúdo informativo desse boletim em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, é permitida mediante a citação nominal da Agência USP de Notícias como sua fonte de origem. |
|||||||
visite nosso site: www.usp.br/agenciausp | |||||||
|