São Paulo, 18/05/2005

Implante biodegradável trata doença inflamatória crônica no olho

Da Redação, Agência USP

O uso de implantes biodegradáveis de dexametasona para a cura de doença inflamatória crônica no olho (uveíte) é estudado pelo Serviço de Retina e Vítreo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC/FMRP) da USP. A técnica poderá ser uma alternativa para pacientes com uveítes e edema macular diabético, após a aprovação pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

O implante ocular, que libera o paciente vítima de inflamação da necessidade de administração oral de medicamentos a base de corticóide, já foi testada em coelhos, com resultados satisfatórios. Segundo o médico e professor da FMRP, Rodrigo Jorge, que participou da pesquisa, "o implante libera a medicação lentamente, como se fosse um comprimido dentro do olho, por vários meses, sem necessidade de exposição generalizada do organismo."

O médico afirma que o implante "causa menos efeito colateral e às vezes é mais eficaz que o remédio", assegurando que o método também é vantajoso no controle do nível terapêutico da droga. "Você sabe que não está sendo liberado em uma quantidade tóxica para o tecido", diz.

A técnica foi desenvolvida em conjunto com os médicos Rubens Camargo Siqueira, Silvia Ligório Fialho, Marcelo Rego, Antonio Haddad e Armando da Silva Cunha Júnior. Os implantes estão sendo feitos na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em colaboração com o Serviço de Retina e Vítreo do HC/FMRP.

Supressão
De acordo com o médico, a uveíte, é uma doença imune, que de acordo com o médico, necessita de supressão do sistema imunológico. "Para suprimi-lo, é necessário administrar corticóide", diz Rodrigo, "mas esta medicação causa problemas hormonais a todo organismo submetido a longos períodos de tratamento". Devido aos efeitos colaterais, a medicação não pode ser dada a hipertensos, diabéticos e mulheres grávidas.

Nos Estados Unidos, segundo o professor da FMRP, o implante biodegradável já foi utilizado em cerca de 600 pacientes, que submetidos a experiências medicamentosas diferentes, apresentaram melhora significativa na acuidade visual, com a liberação da substância dexametasona. "A ciência está caminhando para colocar a droga no local", diz Rodrigo Jorge.

Segundo o médico, o implante biodegradável de corticóide ainda não foi usado em seres humanos no Brasil, mas outros grupos de pesquisadores realizam experiências com animais. Em 2004, a pesquisa dos oftalmologistas do HCFMRP foi premiada no Congresso Brasileiro de Retina e Vítreo como o melhor trabalho apresentado em pôster.

Mais informações: (0XX16) 602-2612 / 2843, com Arlete, na Assessoria de Imprensa do HC de Ribeirão

Fonte: Assessoria de Imprensa do Hospital das Clínicas da FMRP


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