São Paulo, 14/10/2005

Estudante que matou colega sofrerá processo administrativo disciplinar

Da Redação, Agência USP

O estudante Fábio Le Senechal Nanni está sujeito a um processo administrativo disciplinar que pode resultar na sua expulsão. "Poderá ser aplicada uma penalidade que vai desde a mera advertência verbal até a exclusão do aluno", disse em entrevista coletiva o procurador geral da USP, professor João Alberto Del Nero. Na manhã desta sexta-feira (14), Fábio Le Senechal esfaqueou e matou seu colega Rafael Azevedo Fortes Alves. O crime ocorreu na redação da Rádio USP, na Cidade Universitária, em São Paulo. Os estudantes cursavam o segundo ano de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e moravam na mesma república.

Del Nero definiu o ocorrido como uma tragédia que atinge as duas famílias. "Neste momento, a USP gostaria de demonstrar toda a sua compaixão para todos os familiares", disse.

A redação da Rádio USP está localizada no prédio da Antiga Reitoria, no campus do Butantã. Fábio Le Senechal Nanni entrou no local portando uma faca e não se identificou. Ao ser questionado por repórteres sobre a segurança do prédio, Del Nero explicou que alunos, professores e funcionários da Universidade são autorizados a entrar em quase todos os locais da instituição. "Mesmo que ele tivesse se identificado, seria reconhecido, seria constatado que tratava-se de um aluno."

Del Nero também foi questionado sobre uma suposta demora no atendimento médico. Segundo ele, a guarda universitária foi chamada imediatamente após o crime e o aluno foi rapidamente levado para o Hospital Universitário da USP, num trajeto que dura cerca de 5 minutos.

Com relação ao porte de arma, o procurador explicou que não há detectores de metal ou revista pessoal. "Mesmo sob todos os aspectos lamentáveis que envolvem este crime, não seria o caso de a USP instalar este tipo de aparato em seus prédios", disse o procurador.

Segundo o professor, a segurança da USP, do ponto de vista jurídico, pode ser vista como segurança patrimonial. Já o chamado poder de polícia, que diz respeito à detenção de pessoas, cabe constitucionalmente apenas à Policia Militar. "Do ponto de vista da segurança patrimonial, por mais lamentável que seja, não acho que justifique um aumento ou uma mudança nos procedimentos até agora tomados na Universidade. Pelas informações que temos, estamos diante de uma fatalidade", afirmou Del Nero.



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