São Paulo, 06/02/2006

Alckmin cria Sistema de Parques Tecnológicos e apresenta projeto da Lei Estadual de Inovação

Júlio Bernardes

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou na manhã desta segunda (6), por volta das 11 horas, decreto que cria o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos. Alckmin também apresentou o projeto da Lei de Inovação para o estado de São Paulo, que será encaminhado à Assembléia Legislativa. A solenidade que marcou as iniciativas aconteceu na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto e o decreto visam ampliar a participação das empresas privadas em investimentos científicos e tecnológicos.

O sistema de Parques Tecnológicos terá cinco unidades, na Grande São Paulo e nas cidades de Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e São José dos Campos. "A inovação tecnológica é o caminho da soberania", disse o governador. "A redução da pobreza, a melhoria das condições de vida da população e o aumento dos níveis de emprego, renda e trabalho passam pela competitividade e pelo avanço tecnológico."

Estiveram presentes na solenidade o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Carlos de Souza Meirelles, e o presidente da Fapesp, Carlos Vogt. "A Fapesp é parceira na gestão dos recursos e põe à disposição do projeto o seu conhecimento na gestão de políticas públicas na área científica", declarou Vogt. O secretário Meirelles explicou que os parques "serão locais em que irá se instalar a inteligência das empresas para, ancoradas no talento das universidades e institutos de pesquisa, produzir desenvolvimento industrial."

O evento foi acompanhado por cerca de 250 pessoas, entre representantes das três universidades públicas estaduais paulistas, dos 19 institutos de pesquisa ligados ao governo estadual, entidades empresariais e prefeituras, além de deputados estaduais, federais e vereadores. A reitora da USP, Suely Vilela, afirmou que a Universidade já exerce um papel importante na distribuição do conhecimento que produz. "Os parques e o projeto da Lei de Inovação tornarão essa distribuição mais efetiva."

Parques
O secretário Meirelles anunciou que o parque de São José dos Campos será voltado ao setor aeroespacial e de defesa. "Na cidade já existem várias empresas nessas áreas, mas ali não estão os seus setores de pesquisa e desenvolvimento", disse. "Na Grande São Paulo, o parque se concentrará em nanotecnologia e biotecnologia, envolvendo a USP, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)."

O parque de Campinas se concentrará em ciência da computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), aproveitando a grande densidade local de empresas do setor. "Em São Carlos, a prioridade será para novos materiais, óptica e instrumentação avançada para agricultura, reunindo a USP a Unesp, a Universidade Federal de São Carlos e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)", afirmou Meirelles.

"Em Ribeirão Preto, onde há um grande centro de pesquisa em medicina e biomedicina, o parque será voltado para o desenvolvimento de equipamentos médicos, hospitalares e tecnológicos".

O diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, João Steiner, coordenador do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, afirmou que o governo do estado investirá R$ 9 milhões nos parques em 2006. "Há parcerias com as prefeituras, mas os maiores investimentos virão da iniciativa privada", ressaltou. "Os parques de Ribeirão Preto e São Paulo estão em fase de estudos, e os de Campinas, São Carlos e São José dos Campos receberão investimentos em infra-estrutura para serem implantados fisicamente ainda este ano."

Inovação
O projeto da Lei Estadual de Inovação Tecnológica possui 24 artigos e será enviado para discussão e votação na Assembléia Legislativa. "O projeto é fruto de um ano e meio de debates nas universidades, na Fapesp, no Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (Concite) e no setor privado", relatou Meirelles. "Agora, toda a população poderá contribuir com o projeto, por intermédio dos deputados, e a lei criará uma política de Estado permanente para o setor."

O projeto prevê a participação do governo estadual, de forma minoritária, em fundos que irão financiar a pesquisa e o desenvolvimento nas empresas. "Também será possível, por meio de empresas de venture capital, trazer dinheiro privado para investir em incubadoras de negócios", disse o secretário de Ciência e Tecnologia.

Meirelles destacou que o projeto cria a oportunidade para pesquisadores do setor público se licenciarem durante quatro anos, para implementar inovações tecnológicas e patentes na iniciativa privada. "Também está prevista a criação de organizações sociais na área de pesquisa tecnológica aplicada", disse.



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