Alckmin cria
Sistema de Parques Tecnológicos e apresenta projeto da Lei Estadual de Inovação
Júlio Bernardes
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou na manhã desta segunda
(6), por volta das 11 horas, decreto que cria o Sistema Paulista de Parques
Tecnológicos. Alckmin também apresentou o projeto da Lei
de Inovação para o estado de São Paulo, que será
encaminhado à Assembléia Legislativa. A solenidade que marcou
as iniciativas aconteceu na sede da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto e o decreto
visam ampliar a participação das empresas privadas em investimentos
científicos e tecnológicos.
O sistema de Parques Tecnológicos terá cinco unidades, na
Grande São Paulo e nas cidades de Campinas, Ribeirão Preto,
São Carlos e São José dos Campos. "A inovação
tecnológica é o caminho da soberania", disse o governador.
"A redução da pobreza, a melhoria das condições
de vida da população e o aumento dos níveis de emprego,
renda e trabalho passam pela competitividade e pelo avanço tecnológico."
Estiveram presentes na solenidade o secretário estadual de Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Carlos de Souza
Meirelles, e o presidente da Fapesp, Carlos Vogt. "A Fapesp é
parceira na gestão dos recursos e põe à disposição
do projeto o seu conhecimento na gestão de políticas públicas
na área científica", declarou Vogt. O secretário
Meirelles explicou que os parques "serão locais em que irá
se instalar a inteligência das empresas para, ancoradas no talento
das universidades e institutos de pesquisa, produzir desenvolvimento industrial."
O evento foi acompanhado por cerca de 250 pessoas, entre representantes
das três universidades públicas estaduais paulistas, dos
19 institutos de pesquisa ligados ao governo estadual, entidades empresariais
e prefeituras, além de deputados estaduais, federais e vereadores.
A reitora da USP, Suely Vilela, afirmou que a Universidade já exerce
um papel importante na distribuição do conhecimento que
produz. "Os parques e o projeto da Lei de Inovação
tornarão essa distribuição mais efetiva."
Parques
O secretário Meirelles anunciou que o parque de São José
dos Campos será voltado ao setor aeroespacial e de defesa. "Na
cidade já existem várias empresas nessas áreas, mas
ali não estão os seus setores de pesquisa e desenvolvimento",
disse. "Na Grande São Paulo, o parque se concentrará
em nanotecnologia e biotecnologia, envolvendo a USP, o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares (IPEN)."
O parque de Campinas se concentrará em ciência da computação
e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC),
aproveitando a grande densidade local de empresas do setor. "Em São
Carlos, a prioridade será para novos materiais, óptica e
instrumentação avançada para agricultura, reunindo
a USP a Unesp, a Universidade Federal de São Carlos e a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)", afirmou Meirelles.
"Em Ribeirão Preto, onde há um grande centro de pesquisa
em medicina e biomedicina, o parque será voltado para o desenvolvimento
de equipamentos médicos, hospitalares e tecnológicos".
O diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, João
Steiner, coordenador do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos,
afirmou que o governo do estado investirá R$ 9 milhões nos
parques em 2006. "Há parcerias com as prefeituras, mas os
maiores investimentos virão da iniciativa privada", ressaltou.
"Os parques de Ribeirão Preto e São Paulo estão
em fase de estudos, e os de Campinas, São Carlos e São José
dos Campos receberão investimentos em infra-estrutura para serem
implantados fisicamente ainda este ano."
Inovação
O projeto da Lei Estadual de Inovação Tecnológica
possui 24 artigos e será enviado para discussão e votação
na Assembléia Legislativa. "O projeto é fruto de um
ano e meio de debates nas universidades, na Fapesp, no Conselho Estadual
de Ciência e Tecnologia (Concite) e no setor privado", relatou
Meirelles. "Agora, toda a população poderá contribuir
com o projeto, por intermédio dos deputados, e a lei criará
uma política de Estado permanente para o setor."
O projeto prevê a participação do governo estadual,
de forma minoritária, em fundos que irão financiar a pesquisa
e o desenvolvimento nas empresas. "Também será possível,
por meio de empresas de venture capital, trazer dinheiro privado
para investir em incubadoras de negócios", disse o secretário
de Ciência e Tecnologia.
Meirelles destacou que o projeto cria a oportunidade para pesquisadores
do setor público se licenciarem durante quatro anos, para implementar
inovações tecnológicas e patentes na iniciativa privada.
"Também está prevista a criação de organizações
sociais na área de pesquisa tecnológica aplicada",
disse.
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