São Paulo, 23/05/2006

USP cria Programa de Inclusão Social para alunos de escolas públicas

Júlio Bernardes

O Conselho Universitário (Co) da USP aprovou na tarde desta terça-feira (23) a criação do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp). O programa é composto de uma série de medidas destinadas a ampliar o acesso e a permanência de alunos vindos de escolas públicas na Universidade. Entre as mudanças está o acréscimo de 3% na pontuação obtida no vestibular da Fuvest para alunos do ensino público, já no exame deste ano.

"O programa aprovado hoje combina a inclusão social com o mérito acadêmico e a autonomia universitária", afirmou a reitora Suely Vilela em entrevista coletiva após a reunião. "A USP já discute políticas de inclusão há alguns anos e a novidade do Inclusp é oferecer pela primeira vez um projeto sistematizado nessa direção."

Suely explicou que a pontuação no vestibular da Fuvest terá um aumento de 3% para alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas.

"A idéia é aumentar o percentual de alunos egressos do ensino público de 24% para 30% no primeiro ano de aplicação da medida", disse. A primeira fase do exame será reduzida de 100 para 90 questões, com o mesmo tempo de realização da prova (cinco horas).

A pró-reitora de Graduação, Selma Garrido Pimenta, anunciou que a USP deverá implantar um sistema de avaliação seriada do ensino médio público a partir de 2007. "A avaliação será feita pela Fuvest, com a adesão voluntária de escolas públicas federais, estaduais e municipais", relatou. "Será formado um grupo de trabalho para definir de qual forma os resultados da avaliação serão utilizados no vestibular."

Ensinando com Pesquisa
De acordo com a reitora, o Inclusp oferecerá cursos de formação continuada para professores do ensino público e dará apoio para cursinhos pré-vestibulares comunitários. "Entre as ações para evitar a evasão dos alunos vindos da escola pública estão o estímulo a adoção de professores-tutores e a ampliação dos recursos para bolsas de moradia e alimentação", declarou.

"Também serão beneficiadas as atividades de pesquisa na graduação, com a criação do programa 'Ensinando com Pesquisa', e a concessão de bolsas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)." Suely ressaltou que todas as ações do Inclusp serão acompanhadas de pesquisas de avaliação de desempenho. "O projeto deverá ter um portal na internet para que toda a sociedade possa acompanhar o seu desenvolvimento."

O Conselho Universitário também aprovou a ampliação do número de vagas oferecidas pela USP para cursos já existentes (inclusive os da Faculdade de Engenharia Química de Lorena - Faenquil) no vestibular da Fuvest. No exame de 2007, serão 10.202 vagas, 250 a mais do que as 9.952 disponíveis em 2006. Nos cursos diurnos vão ser oferecidas 6.600 vagas, 170 a mais que ano passado; nos noturnos, serão 3.602, num acréscimo de 80 vagas em relação a 2006.

Durante o intervalo da reunião do CO, a pró-reitora de Graduação Selma Garrido Pimenta e a reitora Suely Vilela se reuniram com representantes de oito entidades de movimentos sociais, que solicitaram à USP uma apresentação sobre o Inclusp em audiência pública na Assembléia Legislativa, sem data definida. As entidades também apresentarão propostas de ações afirmativas para acesso à universidade ao grupo de trabalho do Inclusp.



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