|
Em março de 1951, a Universidade de São Paulo lançava a primeira
edição do Noticiário para Imprensa, primeiro órgão de comunicação
da USP a divulgar informações sobre vestibular, eventos científicos
e visitas técnicas da maior universidade do País. Quatro décadas
depois, em abril de 1995, era a vez do primeiro boletim da Agência
USP de Notícias (Agenusp), especializada em divulgar
para a imprensa a produção científica da Universidade.
Nesses quarenta e quatro anos, muitas foram as iniciativas da USP
para concretizar ações na área de comunicação. Essa trajetória pode
agora ser melhor elucidada com a pesquisa A comunicação do conhecimento:
o papel da Agência USP de Notícias realizada pela jornalista
Márcia Furtado Avanza, na Escola de Comunicações e Artes (ECA).
"O estudo traz um levantamento sobre as estratégias de comunicação
utilizadas na USP, desde 1951, e a abordagem dada por essas publicações
à divulgação científica", explica Márcia. A pesquisa também analisa
o trabalho realizado pela Agência entre 1998 e 2000 e mostra por
intermédio de gráficos e estatísticas os resultados desse
trabalho.
Márcia: contato com diversas áreas do conhecimento |
A Agenusp, porém, não foi o primeiro órgão especializado
em divulgar as pesquisas científicas da USP. Márcia conta que
em 1985, o jornalista e professor da ECA, Manuel Carlos Chaparro,
desenvolveu para seu mestrado um projeto chamado Pré-Pauta.
O objetivo era levar aos meios de comunicação as pesquisas desenvolvidas
na Universidade.
O projeto existiu durante um ano e, apesar da curta duração, serviu
de base para a criação da Agenusp. Márcia afirma
que o Pré-pauta - que era escrito por alunos da
ECA - assegurou espaço nos meios de comunicação com informações
de qualidade e de interesse público, além de proporcionar o contato
da imprensa com a fonte. Também oferecia aos pesquisadores da
USP um instrumento de divulgação respeitado pela qualidade jornalística.
Ciência e tecnologia na mídia
Essas mesmas características puderam ser observadas quando a Agenusp
foi criada. Com o passar dos anos, o órgão acabou
se tornando um importante instrumento de divulgação científica
para a sociedade. Prova disso é a quantidade de matérias veiculadas
na mídia e que tiveram como fonte a Agenusp. "Entre 1998
e 2000, foram produzidos 434 boletins, que geraram 2058 matérias
em jornais e revista de todo o Brasil".
O estudo mostra que houve aumento de aproveitamento dos textos
no período em que as matérias divulgadas pela Agenusp tinham
ligação direta com estudos científicos. "Foram observadas quedas
de aproveitamento de textos durante os períodos de greve, quando
a peridicidade dos boletins foi reduzida e o acesso às
pesquisas ficou dificultado", relata. "Quando isso aconteceu,
os meios de comunicação buscaram como fonte pesquisas desenvolvidas
em outras universidades".
Márcia também destaca o outro lado do papel desempenhado pela
Agenusp: a de formar estagiários e jornalistas na área
de divulgação científica. "A rotina de trabalho proporciona um
contato com as várias áreas de conhecimento", afirma a jornalista.
"Além disso, é possível ver o resultado da divulgação, quando
as matérias são utilizadas por outros órgãos de informação e creditadas
em nome do répórter."
* Valéria Dias é repórter da Agência
USP de Notícias
** Márcia Furtado Avanza foi diretora da Agência
USP entre 1998 e 2001. Atualmente é assessora de imprensa
da USP
imagens: Cecília Bastos
[Jornal da USP]
|
|