São Paulo, 
especial  
A Saúde que ultrapassa os laboratórios
Pesquisadores que tiveram seu trabalho divulgado pela Agência USP de Notícias comentam a importância de se fazer divulgação científica na universidade

Por Cauê Muraro *

Os pesquisadores da maior universidade do País que tiveram suas pesquisas divulgadas nos boletins da Agência USP de Notícias são unânimes ao dizer: "Ficamos surpresos com o interesse que nossa pesquisa despertou na grande mídia". Se isso soa estranho, causa espanto ainda maior o fato de eles não conhecerem a Agenusp até o momento em que foram "intimados a prestar depoimento" sobre suas pesquisas para alguns de nossos repórteres. E a culpa, obviamente, não é deles.

A odontopediatra Cristina Zardetto, que no ano passado teve sua dissertação de mestrado divulgada no site da Agenusp, conta que a divulgação permitiu que o assunto estudado por ela não ficasse restrito às revistas científicas. A sua linha de pesquisa centra-se, ainda hoje, no uso equivocado da chupeta. "Recebi diversos e-mails de mães querendo mais informações e de profissionais querendo trocar idéias sobre o assunto", conta Cristina. Como se vê os resultados foram os melhores possíveis: "estou também ministrando palestras e aulas sobre o assunto, assim como publicando artigos em revistas científicas".


Pesquisa: do laboratório para as páginas dos jornais
Outro exemplo de pesquisa que conseguiu atravessar as barreiras do meio acadêmico e chegar à população leiga é a desenvolvida pela médica Maria Elisa Pimentel Piemonte, divulgada pela Agenusp em 2000. Vários foram os veículos de imprensa interessados pelo trabalho sobre a doença de Parkinson. "A repercussão foi muito boa e resultou em algumas reportagens para jornais e revistas, uma para rádio e uma para televisão", lembra ela. E Maria Elisa vai além quando afirma ser "importante mostrar o que se faz dentro de uma universidade, principalmente pública, e o retorno que isso traz para a qualidade de vida da população".

E se assuntos como uso indiscriminado da chupeta e novas possibilidades de tratamento para a doença de Parkinson causaram alarde na grande imprensa, não é difícil reconhecer que um estudo sobre o primeiro antiinflamatório totalmente nacional tenha sido um dos maiores "sucessos" da Agenusp. "Nesse sentido, a exposição proporcionada serve até mesmo como um reconhecimento do trabalho", confirma Gilberto De Nucci, coordenador dos estudos que envolviam o antiinflamatório.

Sob esse ponto de vista, o reconhecimento não denota somente exposição de uma ou duas pessoas que dedicam grande parte de seu tempo à pesquisa em laboratórios. Mais que isso, ele é um meio de fomentar a importância da Universidade para o mundo que a cerca. Os trabalhos com assuntos envolvendo saúde permitem, de acordo com seus próprios autores, a tão desejada interlocução entre meio acadêmico e sociedade. E, como eles reconhecem, muitas vezes esta é a única maneira de estreitarem os laços, sobretudo porque a maioria dessa sociedade está constantemente alijada de uma participação mais ativa.

* Cauê Muraro foi estagiário da Agenusp, de fevereiro de 2001 a junho de 2002. É estudante do terceiro ano de Jornalismo da ECA e redator na Revista100%





Especial Boletim 1000
Aqui você confere a série de matérias especiais sobre a Agência USP de Notícias que, em 5 de julho de 2003, publicou seu boletim número mil




Produção científica:
dos laboratórios à sociedade


Um milagre sem a
ajuda de santos



Informação e democracia,
projeto mil vezes assinado



O encontro entre
a teoria e a prática



Universidade e empresa:
parceiros na informação



A trajetória da divulgação
científica na USP



Motivos para comemorar


Tecnologia levada à sociedade


Extensão em forma de notícias


A Saúde que ultrapassa
os laboratórios


A grandiosidade do
comportamento humano



Ainda há muito o que fazer


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