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São Paulo, 24 de março
de 1999 n.385/99
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ICB
pesquisa causas de epidemias de Sarampo
Pela característica cíclica do vírus
do sarampo, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas
alertam para a dificuldade da erradicação da doença
no país e para a necessidade de campanhas de vacinação
que possam atingir todo o território nacional.
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Psicologia
oferece oficinas de tratamento gratuito à população
Formas
de Humanidade é a exposição que abrirá
o Museu de Arqueologia e Etnologia aos sábados
Conferência
no IEA abordará as cidades no século 21
Destaque
Pesquisas do ICB buscam encontrar causas de epidemia
de sarampo
O Instituto de Ciências
Biomédicas (ICB) da USP vem realizando diversas pesquisas na intenção
de apontar as reais causas da epidemia de sarampo ocorrida na cidade de
São Paulo, em 1997. Até aquele ano, os casos de sarampo na
cidade poderiam ser considerados insignificantes, atingindo entre 10 e
20. Em 1997, o número subiu para quase 70 mil, atingindo principalmente
crianças com menos de nove meses e adultos com idade entre 19 e
30 anos. As duas doses da vacina contra o sarampo são aplicadas
aos nove e 15 meses de idade, respectivamente.
Segundo Edison Luiz Durigon,
professor associado do Departamento de Microbiologia do ICB, e coordenador
do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto,
é certo que houve, naquela oportunidade, uma falha vacinal primária.
"A migração interna e o ciclo biológico do vírus
do sarampo favoreceram para a ocorrência daquela epidemia. A maioria
dos adultos acometidos pela doença eram recém-chegados de
outras regiões do Brasil e não foram atingidos pelas grandes
campanhas de vacinação. Apesar de ser considerada uma epidemia,
a mortalidade foi baixa", explica Durigon.
Daquela epidemia, os pesquisadores
do ICB conseguiram isolar e identificar 41 vírus. "As amostras foram
analisadas nos laboratórios do Centro de Controle de Doenças
Infecciosas — CDC, de Atlanta, nos EUA, e verificamos que tratava-se de
um vírus conhecido", conta o professor. Além destas providências,
os pesquisadores realizam, até hoje, um acompanhamento de alguns
casos atendidos no Hospital Universitário (HU) da USP durante aquele
período. Entre eles, o de duas crianças nascidas naquele
ano. O estudo também envolve as mães que deram a luz na unidade
durante a epidemia. "Cerca de 5% das mães que deram a luz em 1997
não tinham anticorpos contra o sarampo e poderiam já estar
contaminadas anteriormente. Estas mães podem estar no grupo de migrantes
provenientes de locais onde as campanhas não as atingiram. O resultado
é que, 5% das crianças nascidas estavam desprotegidas contra
a doença", afirma Durigon.
Outra medida de controle
que serve de orientação às autoridades foi o acompanha-mento
que os pesquisadores realizaram junto às crianças que tomaram
a vacina aos nove meses de idade. "Verificamos que boa parte das crianças
desenvolveu os anticorpos contra o sarampo. No entanto, cerca de 5% responderam
à vacinação somente com a segunda dose da vacina.
Isso comprova que a segunda dose ainda é de extrema importância",
garante o professor do ICB.
O Laboratório de
Virologia do ICB também colabora com a tipagem de amostras e seqüenciamentos
para o controle do sarampo. Além disso, treina e capacita alguns
profissionais do Instituto Adolfo Lutz e mantém um intercâmbio
com o CDC de Atlanta. "Creio que tão cedo o sarampo não será
totalmente erradicado em nosso País, pela característica
cíclica do vírus e pelo fato de as campanhas não atingirem
todo o território nacional. A solução definitiva será
a vacinação em massa", conclui Durigon.
Este tema será tratado
também pelo Jornal da USP, em sua edição especial
sobre saúde, que circulará dia 05/04/99 em comemoração
ao Dia Mundial da Saúde.
Mais informações:
( (011) 818-7290, com o professor Edison
Luiz Durigon; E-mail: eldurigo@icb.usp.br
Instituto de Psicologia da USP oferece tratamento
gratuito
Oficinas de tratamento psicológico,
desenvolvidas pelo Instituto de Psicologia da USP, atendem gratuitamente
a população usando do emprego de diferentes materiais e técnicas,
como arranjos de flores e reciclagem de papel, da expressão e do
estímulo à criatividade para trabalhar questões afetivas
e emocionais de seus pacientes. "Esta modalidade de atendimento clínico,
centrada em arteterapia, tem contribuído tanto na reabilitação
de pessoas emocionalmente prejudicadas como no atendimento de pessoas sadias
que enfrentam fases de mudança de vida. Também está
indicado em atendimentos cujo objetivo é basicamente preventivo,
como no caso das gestantes", explica a professora Tânia Vaisberg,
a idealizadora do programa. "É um duplo projeto do Laboratório
de Saúde Mental e Psicologia Social do Departamento de Psicologia
Clínica do Instituto, que, além de estar aberto a todo o
público (de bebês a adultos), investe na formação
de profissionais que futuramente trabalharão em clínicas
e hospitais", diz, referindo-se aos alunos de pós-graduação
que trabalham no local.
As oficinas oferecem aos
pacientes dois tipos de tratamento: individual e em grupo. "Mas o que se
busca mesmo é a terapia em grupo. O tratamento individual só
é empregado quando o paciente em questão enfrenta algum momento
difícil, do qual decorrem necessidades emocionais, e, mesmo assim,
por tempo limitado", conta Tânia. "O objetivo do projeto é
desenvolver a autonomia e sociabilidade do indivíduo. Queremos resgatar
sua cidadania", explica. Em parceira com a Faculdade de Saúde Pública
da USP, através da atuação do professor Alberto Olavo
Reis, do Departamento de Saúde Materno-Infantil, é ainda
desenvolvido no local um trabalho de caráter preventivo, que acompanha
crianças desde seu nascimento. "Os primeiros anos de vida são
a base da personalidade humana", afirma a professora.
"O projeto se utiliza da
psicanálise de Winnicott, mais contemporânea e atualizada",
descreve Tânia. São estudadas maneiras de o psicólogo
penetrar no ambiente em que vive o seu paciente e propor-lhe atividades
dentro deste próprio espaço, evitando ser invasivo. "É
uma perspectiva anti-manicômio, uma forma de reintegrar a pessoa
à sociedade dentro da própria sociedade, isto é, de
não a isolar. A pessoa deve se realizar como ser social".
Em cada oficina o paciente
encontra uma série de atividades terapêuticas. Ele tem a liberdade
de escolher a seção que melhor lhe aprouver. Há oficinas
de reciclagem de papel; de estórias, voltada para crianças;
Oficina de Maturidade, dirigida à Terceira Idade; de arranjos florais
e Grupos de Gestantes e Puérperas, que prestam acompanhamento psicológico
não somente às futuras mães, como também aos
seus filhos, nos primeiros meses de vida. "Para fazer um arranjo de flores,
a pessoa tem de entrar em contato consigo mesma, selecionar elementos,
pensar na melhor combinação, mas também estar em contato
com seu grupo, aprender a dividir e a conviver com os outros", salienta
Tânia.
Para oferecer seus serviços
e atender gratuitamente a população, as oficinas contam com
pouco apoio. São utilizadas as instalações do Instituto
de Psicologia, que também cede seus equipamentos e materiais de
papelaria como papel, cola e lápis de cor. Os terapeutas trabalham
voluntariamente, e são eles quem compram as flores utilizadas nas
atividades terapêuticas. Por isso, o projeto tem procurado apoio
junto à iniciativa privada. "Queremos crescer, não podemos
parar. É importante que este trabalho prossiga, pois é o
papel social da Universidade".
Mais informações:
( (011) 818-4173 ou 818-4910, ou pelo e-mail
tanielo@uol.com.br
Cursos, Seminários
e Palestras
USP promove Congresso de Ciências Farmacêuticas
De 27 a 31 de março
acontece, organizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas
de Ribeirão Preto (FCFRP), no campus da USP na cidade, o 2o
Congresso de Ciências Farmacêuticas. A abertura do evento
será às 20 horas do dia 27, no teatro Pedro II, com palestra
do professor Ruy Laurenti, ex-vice Reitor da USP.
O Congresso tem como tema
as Tendências das Ciências Farmacêuticas para o Próximo
Milênio, e fará parte das comemorações dos
75 anos de fundação da então Faculdade de Odontologia
e Farmácia (FOF), hoje dividida em Faculdade de Odontologia (FORP)
e FCFRP. Serão oferecidos cursos pré-congresso destinados
a acadêmicos e profissionais, simpósios, mesas redondas, conferências
e uma extensa atividade cultural.
Os resultados do Congresso
devem ser publicados pela revista britânica Current Drugs,
a convite da própria revista. Segundo a comissão organizadora,
os 316 trabalhos inscritos são provenientes de várias partes
do Brasil e de 8 diferentes países. Entre os palestrantes, há
pesquisadores do Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e Brasil.
Mais informações:
( (016) 602-4276.
Internet: www.fcfrp.usp.br/IICongress-index.html
Workshop sobre educação à distância
A Escola Politécnica
(Poli) da USP realiza no dia 29 de março o Workshop Educação
à Distância: compartilhando experiências.
O evento acontece no Anfiteatro
da Administração da Poli, que fica na Av. Prof. Luciano Gualberto,
trav.3, no 380. A abertura é às 9 horas, e, o
encerramento, às 17h40.
Mais informações:
( (011) 818-5430.
Educação Física para adultos
É o curso que a Escola
de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP oferece,
com inscrições já abertas, para interessados da comunidade
em geral com idade entre 30 e 59 anos. O programa inclui noções
de consciência corporal e relaxamento, desenvolvimento das capacidades
físicas e motoras e de habilidades básicas e específicas
para a prática de atividades físicas e esportes.
O curso pode ser feito às
segundas e quartas-feiras ou às terças e quintas-feiras,
das 18h30 às 20 horas ou das 20 às 21h30. O valor das aulas
é de R$130,00 por semestre. O exame médico e o teste ergonométrico
têm, juntos, taxa de R$10,00.
Mais informações:
( (011) 818-3182, com Cicero ou Rosangela.
Workshop de papel artesanal
Estarão abertas,
a partir do próximo dia 29, as inscrições para o Workshop
de papel artesanal que o professor e artista plástico Valter
Ponte ministra, de 5 a 22 de abril, no Museu de Arte Contemporânea
(MAC) da USP.
As aulas acontecerão
às segundas e quintas-feiras, das 14 às 17 horas. O prazo
para as inscrições, que devem ser feitas no MAC Anexo, Rua
da Reitoria, 109A, Cidade Universitária, se encerra dia 5 de abril.
O valor do curso é de R$ 91,00.
Mais informações:
( (011) 818-3328, ou 818-3559, ou pelo e-mail
acaomac@edu.usp.br.
A Cidade no Século 21
O Instituto de Estudos Avançados
(IEA) da USP promove, dia 25 de março, às 10 horas, a conferência
A Cidade e a Transição Traumática da História,
como o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim.
A Conferência abordará
alguns dos desafios das novas metrópoles globais, as características
da rede urbana brasileira, a formação dos arquipélagos
de bem-estar no oceano dos excluídos.
Wilheim enumera sete itens
para uma estratégia de transição do período
atual para a nova realidade do século 21: combater os inimigos do
renascimento que se aproxima (medo, paranóia, egoísmo, intolerância,
sectarismo, banalização e acomodação); superação
dos atrasos; evitar as armadilhas da globalização; redefinir
e radicalizar a democracia e valorizar a res publica; enfrentar
os desafios do planejamento urbano e da gestão das cidades; reconquistar
os espaços públicos; estabelecer parcerias que mobilizem
as transformações urbanas
Mais informações:
(011) 818-3919 ou pelo e-mail mbellesa@usp.br
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Agenda Cultural
MAE abrirá aos sábados
O Museu de Arqueologia e
Etnologia (MAE) da USP passará a funcionar aos sábados, a
partir do próximo dia 27, para visitas livres e visitas monitoradas
para grupos organizados de até 25 pessoas. A exposição
de longa duração Formas de Humanidade estará
dividida em três roteiros:
Setor A – Brasil Indígena:
Origens e Expansão das Sociedades Indígenas e Manifestações
Sócio-Culturais Indígenas
Setor B – África:
Culturas e Sociedades
Setor C – Mediterrâneo
e Médio Oriente na Antigüidade: Pré-História
Européia, Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma
As visitas livres poderão
ser feitas das 10 às 14 horas. As monitoradas acontecerão
das 10 às 11h30 e das 11h30 às 13 horas, e, a cada sábado,
em um dos roteiros acima.
O MAE fica na Av. Prof.
Almeida Prado, 1466, Cidade Universitária.
Mais informações
e agendamento: ( (011) 818-4905 com Cida.
Defesa de Teses
Escola de Enfermagem
Doutorado
Padrões de atividade
e de fragmentação do sono em pessoas idosas. Maria Filomena
Ceolim. Dia 29/3, 9 horas.
Mestrado
A medida da pressão
arterial no idoso com alterações cárdio-vasculares:
análise dos fatores intervenientes. Marília Simon Sgambatti.
Dia 26/3, 9 horas.
Mais informações:
( (011) 3066-7533.
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Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374,
conj. 244, São Paulo - SP.
Tel. 818-4411/818-4691 - Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689
E-mail: agenusp@edu.usp.br;
Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html
Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza
Repórteres: Antonio Carlos Quinto, Ivanir Ferreira
Estagiários: Renata Bessi, Henry Koibuchi Sakane,
Carolina Cavalcanti e Alvaro Magalhães |