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São Paulo, 31 de março
de 1999 n.388/99
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Saúde em debate na Universidade
No próximo dia 6 de abril, na Cidade Universitária,
acontece o simpósio A USP fala sobre a Saúde, em comemoração
ao Dia Mundial da Saúde. O evento reúne renomados pesquisadores
da Universidade e reitera a preocupação da USP em relação
às políticas públicas de Saúde no País.
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Mortalidade
infantil é conseqüência da ineficácia das políticas
públicas
MAE
oferece o curso Tradição Oral e Estética na África
No
MAC os cursos são sobre Arte
Destaques
USP faz simpósio em comemoração
ao Dia Mundial da Saúde
A Universidade de São
Paulo, em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, promove
na próxima terça-feira, dia 06 de abril, a partir das 9h30,
o encontro "A USP fala sobre a saúde", que acontecena
sala do Conselho Universitário, no Prédio da Reitoria,
na Cidade Universitária. O evento reunirá renomados
pesquisadores da USP na discussão do tema, reiterando a preocupação
da Universidade com as políticas públicas voltadas para a
área de saúde do país, buscando diagnósticos
e formulação de propostas inovadoras voltadas para a solução
dos problemas existentes.
A USP mantém um amplo
elenco de atividades que contemplam a saúde pública no Estado
de São Paulo e fora dele. Desenvolve linhas específicas de
pesquisa nesta área em pelo menos 12 de suas 35 Unidades. O objetivo
do encontro é a aproximação destas pesquisas com os
desafios enfrentados pela sociedade, no sentido de contribuir efetivamente
para dar um conteúdo às políticas governamentais do
setor.
Na programação
serão tratados os temas:
Atenção
à saúde materno-infantil, com o professor João
Yunes, do Departamento Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública,
que enfocará questões associadas à saúde da
gestante, do feto, do recém-nascido e da criança.
Doenças emergentes
infecciosas e parasitárias, com Luiz Hildebrando Pereira da
Silva, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências
Biomédicas, abordará as doenças infecciosas e parasitárias
emergentes (AIDS, Hantaviroses, Doença de Lyme) e reemergentes (Hepatite
C, Sarampo, Dengue, Tuberculose, Malária, Leishmaniose, e Micoses
profundas).
AIDS – Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida, com David Everson Uip, do Departamento
de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina
da USP, tratará sobre a qualidade de vida e o aumento da sobrevida
dos infectados com o vírus da AIDS.
A dependência às
drogas, com Arthur Guerra de Andrade, coordenador geral do Grupo Interdisciplinar
de Estudos de Álcool e Drogas (GREA), Sueli de Carvalho e André
Malbegier, professores do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina
da USP, enfoca questões sobre o consumo, prevenção
e atendimento aos usuários de drogas nos campi da USP.
Falhas nas políticas públicas são
responsáveis por mortalidade infantil
A principal causa da mortalidade
infantil no Brasil está ligada às más condições
oferecidas à mulher na gravidez, durante o parto, e na atenção
ao bebê em sua primeira semana de vida. Segundo o pediatra e professor
da Faculdade de Saúde Pública da USP Arnaldo Siqueira, esta
situação não se deve à falta de recursos financeiros
ou tecnológicos, mas à ineficiência das políticas
públicas relacionadas à saúde perinatal.
Atualmente, mais da metade
das mortes infantis ocorrem durante a primeira semana de vida do bebê
e são causadas pela prematuridade extrema, baixo peso e asfixia
ao nascer, devido às más condições do parto
e da gravidez. Para o pediatra, esta situação seria revertida
se houvesse melhor organi-zação e execução
das políticas públicas atuais, além de melhor controle
dos hospitais. "A maioria dos hospitais privados conveniados com o SUS
(Sistema Único de Saúde) está fora de qualquer controle",
diz Siqueira.
Segundo o professor, a maior
parte das mulheres durante o pré-natal não recebe nenhuma
garantia de reserva de leito no hospital em que será feito o parto.
As informações sobre a evolução da gravidez
e a ficha pré-natal não chegam à maternidade. "Se
ocorrer uma urgência na hora do parto que dependa de uma decisão
rápida, a equipe obstétrica não terá referência.
E o que acontece no parto não vai para o posto de saúde onde
a criança terá acompanhamento. É uma quebra de informação.",
diz o professor.
Outros problemas, segundo
Siqueira, podem prejudicar a saúde perinatal, como a preferência
e o estímulo dado pelos médicos para se fazer o parto através
da cesárea. "O Brasil é o campeão mundial em cesáreas.
Isso é visto como economicamente viável e facilita o trabalho
da equipe obstétrica, mas a cesárea só deveria ser
indicada para evitar certos riscos que a mãe e o filho correm durante
a gravidez e o parto", diz.
Além disso, houve
uma diminuição dos leitos destinados à maternidade.
"O SUS paga uma determinada quantia por parto ao hospital conveniado e
esse recurso independe do risco presente em cada caso. "Como tem finalidade
lucrativa, o hospital acaba dando preferência às mulheres
com propensão a ter um parto sem riscos. A diminuição
do número de leitos obriga a mulher a fazer uma verdadeira peregrinação
em busca da internação", diz o professor.
O professor propõe
a regionalização da saúde, como acontece em algumas
regiões de Minas Gerais, onde o sistema, segundo ele, funciona bem.
"Cada prefeitura é responsável por uma equipe numa determinada
área da medicina. Os doentes, dependendo da gravi-dade do caso,
são transferidos para a cidade vizinha que tenha uma equipe especializada.
Assim, as prefeituras ao invés de manter equipes de especialistas,
têm menos gastos e podem proporcionar serviço de primeira
qualidade para os habitantes daquela região.
Com relação
à saúde perinatal, no caso de capitais como São Paulo,
a gestante deveria fazer um pré-natal numa região e já
ser encaminhada para um hospital próximo que estivesse adaptado
para sua necessidade. "São Paulo tem diversos hospitais em condições
de atender partos de alto risco. Na mesma região desses hospitais,
existem outros que atendem casos de médio risco e mater-nidades
de baixo risco. A mãe, desde o pré-natal, já seria
encaminhada para o hospital que lhe oferecesse maior segurança.
À princí-pio todos os hospitais devem ser competentes, mas
não é viável aparelhar todos eles para se resolver
todos os problemas, pois causaria desperdícios. Os países
desenvolvidos, que já possuem uma mortalidade perinatal reduzida
ou em queda, adotaram o esquema de regionalização do atendimento",
explica.
Essa política de
regionalização depen-de do governo municipal, da organização
das secretarias de saúde dos municípios. "Em São Paulo,
o PAS impede a possibilidade de se ter uma política municipal de
saúde. O que parece é que o resultado dos partos não
é levado em consideração, mas sim o quanto se paga
por eles, e isto é uma distorção. O que se precisa
é de mais hospitais públicos e um esquema que garanta o local
do parto. E no caso de mulheres de alto risco, um local adequado", diz
. Além disso, Siqueira acredita que as políticas de saúde,
necessariamente, devem estar dentro do SUS. Recursos de toda natureza –
humano, material, financeiro, enfim, os recursos da União, Estado
e Município – devem ser gerenciados no nível local ou regional
tendo uma visão global da questão da saúde perinatal.
Mais informações:
(
(011) 3066-7703 ou 3066-7762 com o pesquisador.
Cursos, Seminários
e Palestras
Microscopia e Imagem
O Departamento de Biologia
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP de Ribeirão
Preto promoverá, de 6 a 8 de abril, das 9h30 às 17 horas,
o 1o Workshop de Microscopia e Análise de Imagem,
coordenado
pelos professores Antonio Marques e Wagner Avelar. O objetivo do Workshop
é ser interativo, propiciando aos pesquisadores a oportunidade de
conhecer os equipamentos e manipulá-los inclusive com materiais
próprios.
O evento terá lugar
no Anfiteatro Lucien Lison. Não é necessária inscrição
prévia.
Mais informações:
(
(016) 602-3654.
Cursos do MAC
O Museu de Arte Contemporânea
(MAC) da USP está com inscrições abertas para os seguintes
cursos:
Práxis Artística
para Terapeutas, acontece de 7 de abril a 8 de dezembro. O objetivo
é complementar conhecimento de história/teoria da arte e
da prática artística contemporânea em benefício
da práxis terapêutica. Às quartas-feiras, das 14 às
17 horas. As inscrições, de 29 de março a 7 de abril.
Arte Moderna e Contemporânea:
recortes, com inscrições a partir de 29 de março,
prolongando-se até 8 de abril. O cursos, que tem como objetivo oferecer
um recorte da história da arte dos séculos XIX e XX, que
contribua para a compreensão da arte contemporânea, acontece
de 8 de abril a 1o de julho, sempre às quintas-feiras,
das 18 às 21 horas.
Mais informações:
(
(011) 818-3328 ou pelo. E-mail acaomac@edu.usp.br
.
Programa de Cooperação entre Argentina,
Brasil e Chile
Estão abertas as
inscrições para o Concurso Anual do Programa de Cooperação
Científico-Acadêmica entre Argentina, Brasil e Chile. Poderão
ser inscritos projetos em qualquer área do conhecimento, excetuando-se
saúde pública, as áreas clínicas da medicina
e odontologia e criação artística. Exige-se que os
projetos envolvam o trabalho conjunto de pesquisadores e acadêmicos
de pelo menos dois dos três países participantes do programa.
O solicitante deverá,
obrigatoriamente, ser professor ou pesquisador vinculado a instituição
de ensino superior, instituto ou centro de pesquisa sem fins lucrativos
de qualquer um dos três países e possuir grau de doutor ou
equivalente.
O patrocínio terá
valor máximo de US$ 10 mil para os projetos binacionais e US$ 20
mil para projetos trinacionais. As inscrições encerram-se
às 18 horas do dia 23 de abril, sexta-feira.
O formulário de inscrição
e o regulamentos estão disponíveis no site: www.vitae.org.br.
Mais informações:
(
(011) 3061-5299; e-mail: vitae@dialdata.com.br.
Inglês nos EUA
Alunos da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade (FEA) da USP, estão
organizando um grupo para o Curso de Inglês da Universidade de Illinois,
nos EUA, em julho. O curso oferece grupo de discussão, aulas regulares
e freqüência aos cursos de graduação em Economia,
Administração e Contabilidade, e é destinado a alunos
da FEA e pessoas interessadas. As inscrições estão
abertas até 15 de maio.
Mais informações:
(
(011) 818-6075, com Márcia; e-mail:
ccintfea@edu.usp.br.
África é tema de curso no MAE
O Museu de Arqueologia e
Etnologia (MAE) da USP promove o curso de extensão universitária
Tradição
Oral e Estética na África, que acontece de 4 de maio
a 24 de junho, às terças e quartas-feiras, das 9 às
13 horas. O evento está aberto a interessados em geral e as inscrições
devem ser feitas de 5 a 30 de abril.
Mais informações:
(
(011) 818-4906.
Quadro de Avisos
Concurso docente no ICB
Até o dia 10 de maio,
encontram-se abertas as inscrições do concurso para provimento
de dois cargos de Professor Titular no Departamento de Microbiologia do
Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.
Mais informações:
(
(011) 818-7395.
Defesa de Teses
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto
Mestrado
Desenvolvimento de um
aparelho leitor termoluminescente com características para processamento
das curvas de emissão de CaSO4 e LiF. Marcello Guimarães
Leal. Dia 8/4.
Mais informações:
(
(016) 602-3675.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Mestrado
Territórios da
eletricidade: a Light em São Paulo e o Projeto da Serra de Cubatão
– 1925-1950. Angelo Salvador Filardo Junior. Dia 7/4, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 257-7688.
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Doutorado
Caracterização
do amido e formação de amido resistente em diferentes cultivares
de feijão (Phaseolus vulgaris L.). Marijara de Souza Leite.
Dia 8/4.
Influência das
propriedades físicas e fisico-químicas do quelato ferro-peptídeos
na preparação de comprimidos por compactação
direta. Marcos Vinicius Chaud. Dia 8/4.
Mestrado
Biodisponibilidade de
bromazepan em camundongos. Miguel Angel Torres Wilches. Dia 9/4.
Mais informações:
(
(011) 818-3621.
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Doutorado
Desenvolvimento corporal
e atividade ovariana peripuberal em potras da raça brasileira de
hipismo. José Adalmir Torres de Souza. Dia 9/4, 14 horas.
Mais informações:
(
(011) 818-7667.
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Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza
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