São Paulo, 20 de dezembro de 1999 n.493/99

 
Aumenta o índice 
de endividamento 
das empresas no Brasil
Aumentaram os níveis de endividamento das empresas de capital aberto instaladas no País. Pesquisador da FEA diz que são os maiores índices registrados, desde a implantação do Plano Real. No mesmo período, aumentaram também as dívidas dessas empresas junto aos bancos.

HC e Procon criam parceria para desenvolver projeto cidadania no hospital
 
 

Escola de Educação Física abre inscrições para cursos destinados a crianças e adultos


Destaques


Cresce a dívida das empresas de capital aberto
        As empresas de capital aberto instaladas no País tiveram aumentados seus níveis de endividamento de 71%, em 1994, para 186%, no primeiro semestre deste ano. Igual crescimento também se constata nas dívidas dessas empresas junto aos bancos, que subiu de 15% para 75%, no mesmo período. Segundo o professor Alberto Borges Matias, da área de finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA), são os maiores índices registrados desde a implantação do Plano Real.
        Os dados referem-se a uma amostra de 32 empresas de grande porte de diversos setores da economia, entre indústria, comércio, serviços e setores primários. A análise teve como referência dados coletados pela consultoria Austin Asis. O professor ressalta que o fato de as empre-sas não apresentarem capital de giro próprio para suas operações fez com que elas recorressem a empréstimos bancários, desencadeando o aumento das despesas financeiras dessas organizações. Segundo Matias, essas despesas também apresentam um crescimento elevado, saltando de 5% (1994) para 31% (1999). "Com as altas taxas de juros, isso foi um verdadeiro suicídio para as empresas, uma vez que um terço de suas receitas estava comprometido com o pagamento de despesas financeiras", avalia.
        Ao mesmo tempo, a rentabilidade patrimonial das empresas analisadas dimi-nuiu gradualmente após a implantação do Plano Real, caindo de 5% em 94, para menos de 0% no primeiro semestre deste ano. "Está havendo um estrangulamento da empresa nacional em razão das altas taxas de juros", explica o professor. "Em outras palavras isso quer dizer que a política de manutenção de altas taxas de juros acaba inviabilizando a atividade empresarial no País". Esse estrangulamento, segundo Matias, pode ser comprovado pelo crescente número de falências decretadas no Estado de São Paulo, que quase triplicou nos últimos cinco anos: de 538, em 94, para pouco mais de 1600 neste ano. "Os números refletem a situação do País, uma vez que todas as empresas analisadas têm atuação nacional", justifica.
        Para Matias, as empresas brasileiras estão atravessando um período muito difícil. "Se por um lado precisam reduzir despesas, por outro necessitam se tornar competitivas e isso, muitas vezes requer um aumento de despesas", analisa. "Com as atuais taxas de juros, as empresas ficam acuadas e não conseguem se manter". Ele ressalta ainda a inexistência de recursos para investimento a longo prazo. "Uma empresa de grande porte paga, em média, 45 % de taxa de juros por ano. Não há como recuperar um investimento como esse apenas da atividade da empresa", exemplifica. Para Matias, a adoção de medidas que permitissem o desenvolvimento, tanto das indústrias, como de empresas dos demais setores seria uma saída. Até o final do ano, segundo o professor, o Brasil deverá pagar mais de US$ 80 bilhões de juros. "Trata-se de um valor inimaginável", con-sidera. "É necessário uma queda na taxa de juros, caso contrário as empresas vão continuar quebrando, o que pode também quebrar o caixa da União. Essa política de juros elevados não beneficia ninguém, nem mesmo o governo".
        Mais informações: ( (0XX16) 629-0460.

HC e Procon iniciam projeto de cidadania no hospital
        O Hospital das Clínicas da Facul-dade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) deram início, no último dia 16, ao Ciclo de Estudos sobre "Defesa do consumidor, lei do usuário e profissionais de saúde". O evento inaugural, que teve o objetivo de informar e integrar os representantes das duas institui-ções, marcou o começo de uma parceria para desenvolver um projeto de cidadania no hospital.
        De acordo com Maria Inês Fornazaro, diretora executiva do Procon, a instituição "vai repassar a experiência que possui, proporcionando ao HC uma visão social da importância do Código de Defesa do Consumidor e da Lei do usuário". Segundo ela, pretende-se, através de um processo educacional, harmonizar as relações do usuário e do prestador de serviços que, no caso do hospital, é o profissional de saúde e o paciente.
        Além disso, a parceria também inclui um trabalho de prevenção que será feito no Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), do HC. Serão observados os principais casos que chegam ao Centro e, através disso, serão analisados os motivos pelos quais houve a intoxicação, como por exemplo, embalagem inadequada e informações insuficientes no rótulo para, então, o Procon tomar providências junto ao fabricante. Também serão distribuídos panfletos, com a ajuda dos 250 Procons municipais, alertando para os principais riscos de intoxicação e como evitá-los.
        Mais informações: ( (0XX11) 3069-7053 e 3069-6694.


Cursos, seminários e palestras

Educação física e esporte
        Entre os dias 3 e 7 de janeiro, a Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP receberá inscrições para cursos comunitários, destinados a crianças e adultos. Para crianças, serão oferecidos Natação para crianças, Aprendendo a nadar, Escola de formação esportiva, Judô, Natação para pessoas portadoras de deficiência física e sensorial e Atividade física adaptada ao portador de asma.
        Para os adultos, estão disponíveis os cursos Educação física para adultos de 20 a 59 anos, Atividade física para Terceira Idade, Judô, Natação para adultos, e Natação para pessoas portadoras de deficiência física e sensorial. As inscrições podem ser feitas no Serviço de Cultura e Extensão da EEFE, na Av. Prof. Mello Morares 65, Cidade Universitária.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-3182, com Cícero ou Rosângela.


Teses e Dissertações

Instituto de Ciências Biomédicas
Mestrado
        Características morfológicas de superfície de interface epitélio-tecido conjuntivo da mucosa lingual de coelhos (Oryctolagus cuniculus): estudo aos microscópios de luz e eletrônico de varredura. Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva. Dia 27/12, 14h.
        Mais informações: ( (0XX11) 818-7439.
 
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP.
Tel. 818-4411/818-4691 - Fax: 818-4476/ 818-4426/818-4689 - E-mail: agenusp@edu.usp.br
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Jornalista Responsável: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11552) mfrsouza@usp.br
Repórteres: Antonio Carlos Quinto acquinto@usp.br , Ivanir Ferreira ivanir@usp.br
Estagiários: Caco Cardoso, Ciro Bonilha, Júlio Bernardes e Renata Bessi.