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Estudo revela como as redes de vizinhança em comunidades estão ligadas a casos de linchamento. A pesquisa mostra que, com a distância entre instituições e cidadãos, o linchamento surge como alternativa contra a ineficiência do Estado. |
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HC divulga pesquisa sobre Febre reumática e
transtorno obsessivo-compulsivo em crianças
IME abre inscrições para cursos de computação
Peça Verdades Canalhas é exibida
no Teatro da ECA
Descaso do Estado possibilita a formação de grupos de linchamento
Marcelo Gutierres
Questões que envolvem
a violência e a segurança pública podem ser melhor
compreendidas graças à pesquisa
Os justiçadores
e sua justiça: linchamento, costume e conflito de autoria da
socióloga Jacqueline Sinhoretto, apresentada como dissertação
de mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da USP. A pesquisadora, que trabalhou entre 1992 a 1998 no Núcleo
de Estudos da Violência (NEV) da USP, analisou em seu estudo quatro
casos de linchamento com características comuns, ocorridos na década
de 80, em bairros de periferia de grandes cidades do Estado de São
Paulo.
O linchamento se apresenta
como resultado de um descontentamento e como um concorrente da Justiça
Pública na canalização dos problemas vividos na comunidade.
Daí, ser considerado uma expressão de um conflito entre a
expectativa da população e o funcionamento das instituições
de Justiça. A pesquisa mostrou que os membros das comunidades estudadas
entendem que a polícia é distante, que o poder judiciário
não é acessível e não intervém nos conflitos
vividos por aquelas pessoas. "Os moradores da comunidade, quando têm
a confiança quebrada pelas instituições, tendem a
deslegitimar essas instituições", diz Jacqueline. "O senso
comum também contribui para o desgaste da confiança entre
moradores e instituições. Idéias como: polícia
só prende pobre; a justiça não funciona, não
se importa com os casos dos pobres, entre outras, estão muito presentes
nestas comunidades".
Dentre os vários
entrevistados, ela destaca uma das respostas à pergunta "O que você
acha do trabalho do juiz?". A resposta foi: "Eu não sei... eu nunca
vi um juiz, então eu falo só pelo que eu vejo na novela".
Para a estudiosa, essa declaração tem caráter simbólico.
"Para o morador, o bairro possui uma existência concreta, ao passo
que as instituições, não".
Nos casos estudados, antes
de cometerem uma violência, os moradores utilizaram vários
recursos de acesso a instituições. Foram, por exemplo, à
delegacia para registrar boletim de ocorrência, prestar depoimentos.
"Em um caso recorreram a vereadores e até mesmo a um radialista",
frisa Jacqueline.
O estudo analisou as relações
entre as comunidades e as instituições do Estado, e a questão
da violênciacomo forma de efetivar a justiça. Também
buscou compreender o significado na legitimação de práticas
extra-judiciais, em especial na forma coletiva. Além disso, demonstra
como os linchamentos expressam um conflito entre a expectativa de grupos
sociais e o funcionamento das instituições de Justiça.
De acordo com a pesquisa, a prática surge como uma alternativa contra
a ineficiência do Estado. "Trata-se de uma manifestação
contra as forças que colocam as comunidades na faixa dos excluídos",
afirma Jacqueline.
Entretanto, o estudo também
revela que esses linchamentos não se constituem como um sistema
paralelo ao oficial, tampouco como um desejo de destruição
das instituições. Ao contrário, o que as comunidades
desejam é a expansão do Judiciário e da Polícia.
A socióloga diz que
a coesão e a solidariedade entre os moradores fomentam a formação
de um grupo para realizar o linchamento, pois "cada morador se sente pessoalmente
vitimado quando ocorre uma tragédia pessoal muito grande com um
de seus vizinhos. Isso estende a toda comunidade", justifica.
Para Jacqueline, o êxito
das campanhas de segurança pública passa pela valorização
destas redes de vizinhança, com o engajamento dos próprios
moradores do bairro, juntamente com uma aproximação efetiva
das instituições com a comunidade. Como também, trabalhar
em âmbito local com juizes, com delegados e, sobretudo, com equipes
"multiprofissionais" — compostas por assistentes sociais, psicólogos,
advogados, por exemplo, que seriam alguns dos profissionais capacitados
para mediação de conflitos. E por fim, descentralizar as
instituições de Justiça para atender a periferia.
"É preciso passar pelas dinâmicas locais e atender as demandas
concretas das pessoas. Sem isso, não haverá mudança
alguma".
Mais informações:
(
(0XX11) 3105-4607.
Febre reumática e transtorno obsessivo-compulsivo em crianças
O Projeto Transtornos do
Espectro Obsessivo-Compulsivo (Protoc) do Instituto de Psiquiatria da USP
desenvolveu um estudo com crianças do Hospital das Clínicas
(HC) portadoras de febre reumática, para rastrear incidência
de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) nesse grupo. Foram 62 crianças
selecionadas, entre 5 e 16 anos, sendo 22 portadores de febre reumática
(caracterizado por movimentos involuntários, chamados de Coréia
de Sydenham), 20 portadoras de febre reumática sem Coréia
de Sydenham e 20 crianças sadias. O estudo evidenciou a presença
de TOC em 30% dos casos de portadores de febre reumática, com e
sem Coréia de Sydenham. Segundo coordenador do Protoc, Eurípedes
Miguel Filho existem indícios de que pessoas que tiveram infecção
pela bactéria streptococcus têm maior propensão genética
a desenvolver também o TOC. Nos Estados Unidos, a febre reumática
foi praticamente erradicada, em decorrência do uso intenso de antibióticos,
o que abre espaço para outra discussão que é o uso
de antibióticos no Brasil.
O TOC é uma doença
que atinge cerca de 3% da população mundial, sendo caracterizado
por obsessões - pensamentos, idéias, impulsos ou representações
mentais intrusivos - e sem significado particular para o indivíduo.
Os pensamentos são acompanhados por incômodo, desconforto,
ansiedade, levando a pessoa a realizar determinadas compulsões.
As compulsões podem ocorrer também sem a presença
de obsessões, especialmente em crianças. A doença
evolui em 40% dos casos de forma crônica e tem como sintomas obsessão
de contaminação, agressão, sexual, ritual de limpeza
e de verificação.
O HC iniciou programa de
tratamento de crianças com TOC e os interessados devem ligar para
a Associação dos Portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo
(ASTOC), com Sra. Maura, de segunda a sexta-feira das 8h00 às 17
horas.
Mais informações:
(
(0XX11) 3088-9198 com Sra. Maura ou 3083-0473 na Assessoria de Imprensa
do IPQ.
Cursos de computação
O Instituto de Matemática
e Estatística (IME) da USP abre inscrições para os
seguintes cursos que realiza em julho:
Curso de Java - Parte
1, que será realizado de 16 a 27 de julho, com taxa de R$ 250,00
(R$ 120,00 para comunidade USP). Há 25 vagas e os alunos devem ter
conhecimento de alguma linguagem estruturada, noções de estrutura
de dados e Windows 95;
Excel Básico,
que ocorre entre os dias 16 e 27, para maiores de 15 anos que tenham domínio
de Word. A taxa é de R$ 120,00 (R$ 60,00 para a comunidade USP).
Mais informações:
(
(0XX11) 3091-6169/3091-6212.
Anfíbios
Estão abertas até
dia 20 as inscrições para o curso Anfíbios: Biologia,
Taxonomia e Venenos, que o Instituto Butantan promove entre 20 e 24
de agosto. O programa aborda temas como adaptações de defesa
e à dessecação, morfologia da pele, ecofisiologia,
venenos e cultura popular. A taxa é de R$ 20,00.
Mais informações:
(
(0XX11) 3726-7222, ramal 2117 ou e-mail
cultbut@bol.com.br.
"Verdades Canalhas" na ECA
A peça Verdades
Canalhas está em cartaz no Teatro Laboratório da Escola
de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Em Verdades Canalhas,
um repórter sem escrúpulos tenta dar veracidade a histórias
fantásticas, adaptadas de cinco contos contemporâneos, que
apesar de serem de autores de estilos e épocas diferentes, têm
em comum a crueldade humana, um sentimento que as pessoas às vezes
tentam esconder e resistem em assumir. Dirigida por Hugo Possolo, interpretada
por estudantes do curso de Artes Cênicas da ECA, com adaptação
de Mário Viana, fica em cartaz até 29 de julho. A temporada
vai de quinta-feira a sábado às 19 horas e domingo às
18 horas. A entrada é franca.
Mais informações:((0XX11)
3091-4068.
Escola Politécnica
Mestrado
- Estudo experimental
comparativo entre resfriamento evaporativo e radiativo em ambientes cobertos
com telhas de fibrocimento em região de clima quente e úmido.
José Roberto de Souza Cavalcanti. Dia 11, às 9 horas.
- Estudo experimental
da permeabilidade à água e ao ar de um solo utilizado na
camada de cobertura de um aterro de resíduos urbanos Recife–PE.
Maria
Conceição Justino de Andrade. Dia 12, às 9 horas.
Mais informações:((0XX11)
3091-5443
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Agência USP de Notícias - Divisão
de Informação, Documentação e Serviços
Online
Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 374, conj. 244, São Paulo - SP. Tel.(0xx11) 3091-4411/3091-4691 - Fax: (0xx11) 3091-4476/3091-4689 Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html E-mail: agenusp@edu.usp.br Diretora da Divisão: Marcia Furtado Avanza (Mtb 11.552) mfrsouza@usp.br Diretor da Agência: Antonio Carlos Quinto (Mtb 15.949) acquinto@usp.br Repórteres: André Chaves de Melo andrecms@usp.br, Roger Pascoal rpascoal@usp.br e Valéria Dias valdias@usp.br Estagiários: Bruna Fontes, Cauê Muraro caueagen@usp.br, Júlio Bernardes, Marcelo Gutierres msg@usp.br e Tatiana Martins Peñuela |