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Juliana Kiyomura Moreno |
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Pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências
Biomédicas (ICB) da USP comprova que a própolis mostrou-se eficiente no
combate à ORSA (sigla em inglês para Staphylococcus aureus
resistente ao antibiótico oxacilina), uma das mais comuns causadoras
de infecção hospitalar. De acordo com o mestrado Composição química e
atividade antibacteriana de Apis mellifera e Tetragonisca angustula
contra Staphylococcus aureus, da biomédica Patrícia
Laguna Miorin, até 1998, a ORSA era responsável por 45% dos óbitos causados
pela Staphylococcus aureus registrados em Unidades de Terapias Intensivas
(UTIs). Utilizada como cicatrizante e anti-inflamatória pela medicina popular desde os tempos da Grécia Antiga, a resina própolis passa agora a adquirir seu caráter científico. Mais recentemente, em 1999, a resina mostrou-se ativa no combate ao Bacilo de Koch, bactéria causadora da tuberculose e, em 2001, contra o protozoário Trypanossoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas. Patrícia busca agora patentear o seu novo uso. Segundo a pesquisadora, a própolis em conjunto com o antibiótico oxacilina seria mais eficaz que o próprio medicamento sozinho. "O microrganismo possui elevada resistência aos antibióticos dificultando seu fim em infecções hospitalares. O uso da própolis mostrou-se muito ativo contra essa bactéria tornando possível novas opções terapêuticas", observa. Compostos bioativos Para o estudo, foram coletadas várias amostras de mel e própolis de diferentes localidades do País e, posteriormente, sujeitas à análise de sua composição química por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A própolis é um produto de origem vegetal, em que a abelha coleta resinas de tronco de árvores como abacateiro, eucalipto e pinheiro. "Trabalhamos com a própolis coletada em Minas Gerais e tipificada como BRP1 por apresentar maior quantidade de compostos bioativos, que seriam os responsáveis pela sua melhor eficácia contra a ORSA", lembra a biomédica. A BRP1 provém de colméias de espécies Apis mellifera - abelha africanizada - e Tetragonisca angustula - nativa, popularmente conhecida como "Jataí". O próximo passo para o estudo será separar cada composto bioativo e descobrir como eles interagem com o antibiótico oxacilina, comprovando sua eficácia no combate à bactéria. "Já quantificamos estes compostos. Falta agora estudá-los separadamente para, mais adiante, submetê-los a testes animais e, posteriormente, em humanos". De acordo com Patrícia, a média do tempo entre pesquisas in vitro e sua aplicação é de dez anos. "Este período pode ser menor no caso do combate a infecções hospitalares já que a própolis movimenta grande interesse financeiro", complementa.
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