"Desenvolver um carro solar é,
acima de tudo, viabilizar um futuro de energia limpa, renovável,
gratuita e abundante num país ensolarado como o Brasil" |
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A partir desta quarta-feira (2) até domingo (6), a USP exibe
dois carros solares desenvolvidos inteiramente no País. Um
dos projetos teve a participação de alunos e professores
do curso de graduação em Mecatrônica da Escola
Politécnica (Poli). Os dois veículos poderão
ser vistos na Auto Sports Mundial, feira automobilística que
antecede o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.
O The Banana Entreprise, primeiro carro solar nacional a participar
de competições internacionais, em 1993, é resultado
do trabalho de um grupo de amigos do qual participou o professor de
Mecatrônica da Poli, Júlio Cezar Adamovsky. O sucessor
do primeiro protótipo, o Citizen Eco-Drive/USP, foi o primeiro
veículo a ser desenvolvido no meio acadêmico brasileiro.
Carros solares como esses podem percorrer 3.000 quilômetros
utilizando energia equivalente àquela contida em apenas 5 litros
de gasolina. Com uma potência igual a um secador de cabelos,
podem atingir a velocidade de 160 quilômetros por hora.
Devido a isso, na construção de tais veículos,
que medem seis metros de comprimento por dois de largura, leva-se
em conta particularmente a "necessidade de uma alta eficiência",
relata Vinicius Rodrigues de Moraes, coordenador da equipe que está
trabalhando no mais novo modelo de carro solar brasileiro, o Clave
de Sol. "Há uma necessidade primária de se otimizar
a energia obtida e, principalmente, de não desperdiçá-la",
completa.
Os resultados atingidos com os carros solares brasileiros são
ainda mais importantes se lembrarmos que, há dois anos, o País
todo sofreu com uma grave crise de racionamento de energia elétrica.
Além disso, o conflito entre Estados Unidos e Iraque gira em
torno, entre outras coisas, da questão do controle das grandes
reservas petrolíferas do Oriente Médio. "Desenvolver
um carro solar é, acima de tudo, viabilizar um futuro de energia
limpa, renovável, gratuita e abundante num país ensolarado
como o Brasil", reforça o professor.
No carro solar, a luz do sol é convertida em corrente pelo
painel solar - um conjunto de células fotovoltaicas que fica
na sua carroceria e alimenta um motor elétrico. A grande vitrine
destes veículos é o "World Solar Challenge"
realizada na Austrália desde 1987. Trata-se de uma competição
mundial que visa estimular as pesquisas e o desenvolvimento da utilização
da energia solar, e que hoje conta com equipes de mais de 20 países.
A corrida corta o país de Norte a Sul, saindo de Darwin e chegando
a Adelaide, durando em média seis dias.
A Auto Sports Mundial será no Expocenter do Hotel Transamérica,
na Av. das Nações Unidas, 18.591, próximo da
Ponte Transamérica, São Paulo.
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