São Paulo, 
tecnologia
2/04/2003
USP apresenta em feira seus veículos
movidos a energia solar
Carros solares como esses podem percorrer três mil quilômetros utilizando energia equivalente àquela contida em cinco litros de gasolina e chegam a atingir a velocidade de 160 quilômetros por hora
Francisco Angelo,
do USP Online

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"Desenvolver um carro solar é, acima de tudo, viabilizar um futuro de energia limpa, renovável, gratuita e abundante num país ensolarado como o Brasil"
A partir desta quarta-feira (2) até domingo (6), a USP exibe dois carros solares desenvolvidos inteiramente no País. Um dos projetos teve a participação de alunos e professores do curso de graduação em Mecatrônica da Escola Politécnica (Poli). Os dois veículos poderão ser vistos na Auto Sports Mundial, feira automobilística que antecede o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.

O The Banana Entreprise, primeiro carro solar nacional a participar de competições internacionais, em 1993, é resultado do trabalho de um grupo de amigos do qual participou o professor de Mecatrônica da Poli, Júlio Cezar Adamovsky. O sucessor do primeiro protótipo, o Citizen Eco-Drive/USP, foi o primeiro veículo a ser desenvolvido no meio acadêmico brasileiro.

Carros solares como esses podem percorrer 3.000 quilômetros utilizando energia equivalente àquela contida em apenas 5 litros de gasolina. Com uma potência igual a um secador de cabelos, podem atingir a velocidade de 160 quilômetros por hora.

Devido a isso, na construção de tais veículos, que medem seis metros de comprimento por dois de largura, leva-se em conta particularmente a "necessidade de uma alta eficiência", relata Vinicius Rodrigues de Moraes, coordenador da equipe que está trabalhando no mais novo modelo de carro solar brasileiro, o Clave de Sol. "Há uma necessidade primária de se otimizar a energia obtida e, principalmente, de não desperdiçá-la", completa.

Os resultados atingidos com os carros solares brasileiros são ainda mais importantes se lembrarmos que, há dois anos, o País todo sofreu com uma grave crise de racionamento de energia elétrica. Além disso, o conflito entre Estados Unidos e Iraque gira em torno, entre outras coisas, da questão do controle das grandes reservas petrolíferas do Oriente Médio. "Desenvolver um carro solar é, acima de tudo, viabilizar um futuro de energia limpa, renovável, gratuita e abundante num país ensolarado como o Brasil", reforça o professor.

No carro solar, a luz do sol é convertida em corrente pelo painel solar - um conjunto de células fotovoltaicas que fica na sua carroceria e alimenta um motor elétrico. A grande vitrine destes veículos é o "World Solar Challenge" realizada na Austrália desde 1987. Trata-se de uma competição mundial que visa estimular as pesquisas e o desenvolvimento da utilização da energia solar, e que hoje conta com equipes de mais de 20 países. A corrida corta o país de Norte a Sul, saindo de Darwin e chegando a Adelaide, durando em média seis dias.

A Auto Sports Mundial será no Expocenter do Hotel Transamérica, na Av. das Nações Unidas, 18.591, próximo da Ponte Transamérica, São Paulo.





O mais novo modelo de carro solar brasileiro, o Clave de Sol, já está sendo construído
imagem: divulgação


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(0XX11) 9981-0123, e-mail vinimagus@terra.com.br, com Vinicius Rodrigues de Moraes

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