15/09/2004 - comportamento
Cultura jovem é analisada por núcleo de antropologia
Relação entre a metrópole de São Paulo e a cultura do jovem urbano é analisada em pesquisa do Núcleo de Antropologia Urbana. O levantamento sobre as tribos se transformará em livro até o final deste ano


Yara Camargo


Alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP reuniram dados sobre dez tribos urbanas. O mapeamento sobre a cultura do jovem urbano se transformará no livro Jovens na Metrópole, previsto para o final deste ano. Ao todo, 15 estudantes dos cursos de graduação e mestrado participam da iniciativa.

As primeiras pesquisas começaram em 2001, mas "a idéia de transformá-las em livro surgiu há um ano, quando percebi que os trabalhos desses alunos seguiam a mesma linha", diz o professor José Guilherme Cantor Magnani orientador do projeto. O estudo realizado pelo grupo NAU Jovem, do Núcleo de Antropologia Urbana (NAU), será uma continuação do livro Na Metrópole, produzido pelo mesmo núcleo. "Jovens na Metrópole é um recorte da primeira publicação, com o enfoque específico na música e no estilo de vida do universo jovem", explica Magnani.

Durante um ano, o grupo fez reuniões semanais para apresentar e discutir os dados coletados. Agora, o livro está em processo de finalização, passando pela revisão dos textos, "falta só encontrar uma editora", comenta Magnani. A obra também contará com a participação do antropólogo Hermano Viana, que escreverá o prefácio.

Cultura Jovem
Segundo Magnani, explicar e entender como o jovem se insere na paisagem urbana, sua contribuição para a construção da cidade e suas relações de troca entre ele e o meio, é o objetivo principal dessa pesquisa. "Não pretendíamos fazer um levantamento estatístico, mas entender qual é a relação que os jovens têm com a metrópole", afirma o professor. O grupo formado por pixadores é um exemplo claro dessa relação. "Eles andam por toda a cidade e se apropriam dela pra deixar uma marca" diz.

As tribos mapeadas pelo grupo de pesquisadores foram: Straight Edge, Pixadores, Freqüentadores do Forró Universitário, Instrumentistas, Freqüentadores da Vila Olímpia, Freqüentadores de Raves, Circuito Black, Japoneses que fazem Street dance, Góticos e A cena do rock em São Carlos (único grupo de fora da cidade de São Paulo).

Todas elas são formadas por jovens de 15 a 29 anos. Peças de vestuário, música e visões políticas são alguns dos fatores que criam um código capaz de informar em qual grupo o jovem se insere. Os Straight Edge, por exemplo, integram um segmento da cena punk e usam um "X" preto tatuado na mão. Essa figura simboliza a forma de vida adotada por eles, que não usam qualquer tipo de droga e não consomem produtos derivados de animais. Em festas dos EUA, menores de idade são identificados com um "X", para impedi-los de comprar bebidas alcoólicas.

 

Mais informações:(0XX11) 3091-3718 ou jmagnani@usp.br


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