"Muitas doenças orais são
causadas por bactérias, que podem entrar na circulação
sanguínea e ir para alguns órgãos, levando a
doenças sistêmicas - renais, hepáticas e até
cardíacas" |
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No Hospital Veterinário (Hovet) da USP, além de serviços
médicos, os cães e gatos podem fazer tratamento odontológico.
O Laboratório de Odontologia Comparada (LOC) atende no local
animais com neoplasias orais (câncer de boca), fraturas de mandíbula
e maxilar, realiza próteses em dentes fraturados, endodontia
(canal), e tratamentos de ortodontia (aparelhos corretivos), exceto
com fins estéticos, além de implantes dentários,
que ainda estão em experimento.
Apesar de pagos, os tratamentos são mais baratos que os oferecidos
por clínicas particulares. Para saber se o animal precisa de
tratamento odontológico, o odontoveterinário do LOC,
Marco León Román, recomenda a observação.
"Os donos devem prestar atenção em sinais como
a diminuição do apetite de seu animal, a mastigação
de apenas um lado da boca e a existência de mau hálito,
salivação, inflamações ou dentes moles",
afirma. Comportamentos estranhos, como o de animais que levam a pata
à boca várias vezes, também podem indicar um
problema. O próprio veterinário também pode indicar
a necessidade de tratamento odontológico.
"Muitas doenças orais são causadas por bactérias,
que podem entrar na circulação sanguínea e ir
para alguns órgãos, levando a doenças sistêmicas
- renais, hepáticas e até cardíacas", explica
León, lembrando que "o tratamento dentário aumenta
a expectativa de vida dos animais de estimação."
O problema mais comum nos bichos é o periodontal, a placa e
o tártaro que atacam a estrutura dos dentes. Essa doença,
entretanto, não é atendida no local por se tratar de
um tratamento bastante simples e sem interesse científico.
Os veterinários do setor encaminham esses casos para clínicas
particulares. Os donos de animais pequenos devem ficar mais atentos,
eles têm maior tendência a ter mais problemas odontológicos
que os grandes, porque seus dentes são mais aglomerados.
Escovação
Para evitar esse tipo de problema, o odontoveterinário lembra
a importância de escovar os dentes dos animais desde pequeno.
"No início, quando o animal ainda é filhote, o
dono deve massagear a gengiva do bicho com o dedo, para que ele se
acostume a ter um corpo estranho em sua boca. Quando estiver maior
pode-se passar para a escova de dente", explica León.
Ele lembra que a pasta de dente não é essencial, pois
o mais importante é a ação mecânica da
escova. Além disso, os cremes dentais para animais, com gosto
de carne, são caros. Outro beneficio da escovação
é que, com ela, o dono observa mais a boca de seu cachorro
ou gato e percebe melhor as alterações, que podem indicar
doenças.
Os atendimentos são feitos por pós-graduandos e as pesquisas
realizadas atualmente são na área de endodontia, implantologia
e próteses. O LOC também atende cavalos, no setor de
eqüinos do Hospital Veterinário.
O Hovet fica na av. Professor Dr.Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade
Universitária, em São Paulo.
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