19/01/2006 - tecnologia
Sistema utiliza energia solar para pré-aquecer a água utilizada no restaurante
O projeto, financiado em R$ 95 mil pela Finep, faz parte Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa), coordenado por professores da Poli. A iniciativa já rendeu uma economia média de R$4.600,00 por mês


Flávia Souza


Um sistema de aquecimento de água por energia solar, instalado em meados de 2005 no Restaurante Central da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) da USP de São Paulo, permite uma economia média de R$ 4.600,00 por mês, se comparado ao antigo sistema, que utilizava apenas gás GLP para aquecer a água. Segundo o professor da Escola Politécnica (Poli) José Roberto Simões Moreira, que coordenou a implantação do novo sistema, o valor supera as expectativas que havia na época da instalação, quando se estimava uma economia de cerca de R$ 9 mil anuais. O projeto faz parte do Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa).

O novo sistema, explica Simões, pré-aquece a água proveniente do sistema de distribuição da rua - utilizada para limpar e esterilizar talheres e utensílios do restaurante - por meio de coletores solares no telhado das instalações de produção de vapor. Antes, o aquecimento era inteiramente feito por duas caldeiras, que consomem gás GLP, também conhecido como gás de cozinha. "O problema era que, em horários de maior demanda, o sistema ficava deficitário e a água não atingia a temperatura ideal: entre 70 e 80 graus Celsius", afirma o professor.

Com o sistema, a água chega pré-aquecida (com uma temperatura de cerca de 50 graus) à aparelhagem de aquecimento. Isso, além de solucionar o antigo problema, permite uma grande economia no consumo de gás. Mas para atingir essa temperatura, é preciso que a água circule várias vezes pelos coletores solares. Por isso, explica Simões, foi instalado do lado de fora do restaurante um reservatório térmico, que armazena água quente durante todo o dia para ser utilizada nos horários de maior consumo (das 11 às 15 horas). "Fora desse horário, o sistema funciona da forma convencional anterior. Todo o sistema é controlado por meio de sensores, válvulas e temporizadores."

O professor informa que o projeto foi financiado em R$ 95 mil pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com a participação de um aluno de iniciação científica e um orientando de mestrado. O sistema também foi implantado no campus da USP em São Carlos, sob coordenação da professora Eliane Fadigas, também da Politécnica.

Energia solar: vantagens para o Brasil
De acordo com o professor Simões, o uso de energia solar é extremamente vantajoso no Brasil. "Além de o país ter uma grande insolação, há fabricantes nacionais que dominam toda a tecnologia necessária à captação de energia solar para fins de aquecimento de água", aponta.

Outro aspecto importante está no "desafogamento" do sistema de energia elétrica. "A energia solar eliminaria a necessidade de se aquecer a água de chuveiros e aquecedores apenas com eletricidade", diz o professor. "No Brasil, sem o uso de energia solar, há necessidade de se expandir constantemente o sistema de produção de energia elétrica, e isso é muito caro."

Purefa
O Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa) faz parte do Programa para o Uso Eficiente de Energia (Pure), instalado na Universidade em 1997 por iniciativa de professores e pesquisadores do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas (PEA), da Poli. O Purefa é coordenado pelos professores Marco Antônio Saidel e Luiz Cláudio Ribeiro Galvão, ambos do PEA.



 

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