Nas pesquisas realizadas na USP de Pirassununga,
o AIA utilizado nos animais é retirado das plantas ou resulta
da cultura de bactérias. "A água de coco é
rica nessa substância", lembra Mariza |
|
|
|
|
Na
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de
Pirassununga, cientistas constataram em testes com animais que o Ácido
Indol Acético (AIA), hormônio vegetal, tem a capacidade
de aumentar a resposta imunológica e de atuar como elemento
antioxidante. "O AIA é encontrado em todos os seres vivos.
Nas plantas, atua como um hormônio do crescimento, mas nos animais
ainda não se sabe com clareza qual a sua função
fisiológica", explica a professora Mariza Pires de Melo,
do Departamento de Ciências Básicas da FZEA.
Segundo a pesquisadora, os estudos com os animais em laboratório
já duram cerca de três anos. A substância vem sendo
administrada nos ratos via dieta ou em aplicações subcutâneas.
Mariza descreve que os animais podem adquirir o AIA por três
vias: pela química natural das células, por alimentos
ricos na substância ou por intermédio do aminoácido
chamado triptofano. "No intestino, o triptofano, que está
presente em vários tipos de alimentos, é convertido
em Ácido Indol Acético", explica Mariza. Os pesquisadores
investigam o que acontece quando existe um aumento do AIA no organismo
dos animais. Por enquanto, o que se sabe é que a substância
é capaz de melhorar a resposta imunológica e tem propriedades
antioxidantes.
Contra o câncer
Mariza conta ainda que por volta do ano de 2000, pesquisas realizadas
na Universidade de Oxford, na Inglaterra, propiciaram a utilização
do AIA em conjunto com a peroxidase de raíz forte - extraída
da raiz forte (Amoracia Rusticana), planta da família
do rábano - em algumas terapias de combate ao câncer.
"Os estudos aqui em Pirassununga estão sendo realizados
sobre células do sistema imunológico", relata.
Mas também, como ela informa, estão sendo feitas pesquisas
no sentido de se saber se o AIA é capaz de combater células
tumorais, trabalho que vem sendo realizado em conjunto com uma professora
da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da
USP. "Estamos investigando se a substância tem a capacidade
de reverter danos hepáticos nos animais de laboratório."
A capacidade antioxidante do AIA também vem sendo estudada
na Universidade Estadual do Ceará. "Lá os pesquisadores
vêm usando a substância na preservação de
semens destinados à reprodução animal",
conta a professora. Nas pesquisas realizadas na USP de Pirassununga,
o AIA utilizado nos animais é retirado das plantas ou resulta
da cultura de bactérias. "A água de coco é
rica nessa substância", lembra Mariza, que estuda o tema
desde os programas de mestrado e doutorado na USP.
|
|
|