São Paulo, 
química
07/08/2006
Hormônio de plantas aumenta resposta imunológica e atua como antioxidante em animais
Pesquisadores da USP de Pirassununga constataram que a suplementação da substância em animais de laboratório aumentou a resposta imunológica e, ao mesmo tempo, atuou como elemento antioxidante
Antonio Carlos
Quinto

imprimir 

Nas pesquisas realizadas na USP de Pirassununga, o AIA utilizado nos animais é retirado das plantas ou resulta da cultura de bactérias. "A água de coco é rica nessa substância", lembra Mariza
Na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de Pirassununga, cientistas constataram em testes com animais que o Ácido Indol Acético (AIA), hormônio vegetal, tem a capacidade de aumentar a resposta imunológica e de atuar como elemento antioxidante. "O AIA é encontrado em todos os seres vivos. Nas plantas, atua como um hormônio do crescimento, mas nos animais ainda não se sabe com clareza qual a sua função fisiológica", explica a professora Mariza Pires de Melo, do Departamento de Ciências Básicas da FZEA.

Segundo a pesquisadora, os estudos com os animais em laboratório já duram cerca de três anos. A substância vem sendo administrada nos ratos via dieta ou em aplicações subcutâneas. Mariza descreve que os animais podem adquirir o AIA por três vias: pela química natural das células, por alimentos ricos na substância ou por intermédio do aminoácido chamado triptofano. "No intestino, o triptofano, que está presente em vários tipos de alimentos, é convertido em Ácido Indol Acético", explica Mariza. Os pesquisadores investigam o que acontece quando existe um aumento do AIA no organismo dos animais. Por enquanto, o que se sabe é que a substância é capaz de melhorar a resposta imunológica e tem propriedades antioxidantes.

Contra o câncer
Mariza conta ainda que por volta do ano de 2000, pesquisas realizadas na Universidade de Oxford, na Inglaterra, propiciaram a utilização do AIA em conjunto com a peroxidase de raíz forte - extraída da raiz forte (Amoracia Rusticana), planta da família do rábano - em algumas terapias de combate ao câncer. "Os estudos aqui em Pirassununga estão sendo realizados sobre células do sistema imunológico", relata. Mas também, como ela informa, estão sendo feitas pesquisas no sentido de se saber se o AIA é capaz de combater células tumorais, trabalho que vem sendo realizado em conjunto com uma professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. "Estamos investigando se a substância tem a capacidade de reverter danos hepáticos nos animais de laboratório."

A capacidade antioxidante do AIA também vem sendo estudada na Universidade Estadual do Ceará. "Lá os pesquisadores vêm usando a substância na preservação de semens destinados à reprodução animal", conta a professora. Nas pesquisas realizadas na USP de Pirassununga, o AIA utilizado nos animais é retirado das plantas ou resulta da cultura de bactérias. "A água de coco é rica nessa substância", lembra Mariza, que estuda o tema desde os programas de mestrado e doutorado na USP.





· vínculos:
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos

· mais informações: (0XX19) 3565-4276, com a professora Mariza Pires de Melo; e-mail: mpmelo@usp.br

sobre a Agência USP de Notícias |  direitos autorais |  créditos |  boletim |  mande um email

Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J,n.374 Sala 244 CEP05586-000 São Paulo Brasil
(00XX11) 3091-4411  agenusp@usp.br