"Esse resultado mostra que a maior
permanência no mercado externo pode estar relacionada com a
maior facilidade que elas têm em adquirir ganhos de eficiência
após a estréia no mercado exportador, em virtude da
aprendizagem decorrente das relações com fornecedores
internacionais e com mercados mais exigentes" |
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As
empresas brasileiras com maiores chances de permanecer mais tempo
exportando são aquelas que já tinham maior produtividade
em relação à concorrência antes de entrar
no mercado externo, além de trabalharem com custos reduzidos,
como salário médio e margem de lucro menores. Entretanto,
o investimento em inovações tecnológicas faz
com que a dependência dessas condições seja menor.
Essa foi a conclusão do trabalho de mestrado de Julia de Oliveira
Valeri, defendido na Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, orientada
pelo professor Sérgio Kanebley Junior.
O principal objetivo da pesquisa foi identificar de que formas as
características anteriores à estréia no mercado
exportador, especialmente a inovação tecnológica,
influenciam na permanência dessas empresas na atividade exportadora.
A necessidade de se promover uma expansão sólida
das exportações brasileiras passa por esse entendimento,
explica Júlia.
A pesquisa envolveu a análise de 1009 empresas do setor da
indústria de transformação brasileira. Foram
selecionadas aquelas que estrearam no mercado externo entre 1998 e
2001. Julia explica que a participação ou não
dessas empresas no mercado externo foi observada ao longo dos três
anos posteriores ao ano da entrada, e foram criadas três categorias
de permanência na exportação: desistentes, descontínuas
e contínuas.
As empresas foram divididas entre inovadoras e não inovadoras,
e observou-se que as primeiras eram capazes de permanecer mais tempo
exportando mesmo tendo tido condições iniciais "inferiores"
às não inovadoras. "Esse resultado mostra que a
maior permanência no mercado externo pode estar relacionada
com a maior facilidade que elas têm em adquirir ganhos de eficiência
após a estréia no mercado exportador, em virtude da
aprendizagem decorrente das relações com fornecedores
internacionais e com mercados mais exigentes", ressalta Julia.
O perfil das empresas analisadas por Julia mostrou que elas eram majoritariamente
nacionais, tinham, em média, de 100 a 300 empregados, pagavam
salários médios entre R$7 mil e R$11 mil e seus trabalhadores
tinham cerca de 7,5 anos de estudo. A pesquisadora ressalta que a
própria estratégia de construção das amostras
e a disponibilidade de dados fez com que fossem selecionadas empresas
mais eficientes relativamente à população de
empresas da indústria brasileira.
Com informações do Serviço de Comunicação
Social da USP de Ribeirão Preto
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