São Paulo, 
economia
22/09/2006
Inovação tecnológica é garantia de maior permanência no mercado externo
Ganhos de eficiência no mercado exportador e aprendizagem no relacionamento com fornecedores internacionais e mercados mais exigentes são mais frequentes nas empresas que investem em tecnologia
Da Redação,
Agência USP

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"Esse resultado mostra que a maior permanência no mercado externo pode estar relacionada com a maior facilidade que elas têm em adquirir ganhos de eficiência após a estréia no mercado exportador, em virtude da aprendizagem decorrente das relações com fornecedores internacionais e com mercados mais exigentes"
As empresas brasileiras com maiores chances de permanecer mais tempo exportando são aquelas que já tinham maior produtividade em relação à concorrência antes de entrar no mercado externo, além de trabalharem com custos reduzidos, como salário médio e margem de lucro menores. Entretanto, o investimento em inovações tecnológicas faz com que a dependência dessas condições seja menor. Essa foi a conclusão do trabalho de mestrado de Julia de Oliveira Valeri, defendido na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, orientada pelo professor Sérgio Kanebley Junior.

O principal objetivo da pesquisa foi identificar de que formas as características anteriores à estréia no mercado exportador, especialmente a inovação tecnológica, influenciam na permanência dessas empresas na atividade exportadora. “A necessidade de se promover uma expansão sólida das exportações brasileiras passa por esse entendimento”, explica Júlia.

A pesquisa envolveu a análise de 1009 empresas do setor da indústria de transformação brasileira. Foram selecionadas aquelas que estrearam no mercado externo entre 1998 e 2001. Julia explica que a participação ou não dessas empresas no mercado externo foi observada ao longo dos três anos posteriores ao ano da entrada, e foram criadas três categorias de permanência na exportação: desistentes, descontínuas e contínuas.

As empresas foram divididas entre inovadoras e não inovadoras, e observou-se que as primeiras eram capazes de permanecer mais tempo exportando mesmo tendo tido condições iniciais "inferiores" às não inovadoras. "Esse resultado mostra que a maior permanência no mercado externo pode estar relacionada com a maior facilidade que elas têm em adquirir ganhos de eficiência após a estréia no mercado exportador, em virtude da aprendizagem decorrente das relações com fornecedores internacionais e com mercados mais exigentes", ressalta Julia.

O perfil das empresas analisadas por Julia mostrou que elas eram majoritariamente nacionais, tinham, em média, de 100 a 300 empregados, pagavam salários médios entre R$7 mil e R$11 mil e seus trabalhadores tinham cerca de 7,5 anos de estudo. A pesquisadora ressalta que a própria estratégia de construção das amostras e a disponibilidade de dados fez com que fossem selecionadas empresas mais eficientes relativamente à população de empresas da indústria brasileira.

Com informações do Serviço de Comunicação Social da USP de Ribeirão Preto






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