"Os melhores resultados foram obtidos
com 50% de óleo de mamona e 50% de água", conta
o professor. "Essa mistura leva a uma redução maior
do calor, melhorando o desempenho das máquinas" |
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Os
fluidos de corte são essenciais na produção de
peças metálicas para bens de consumo, mas provocam danos
à saúde dos operadores de máquinas e são
de difícil descarte. Para resolver estes problemas, um grupo
de pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da
USP criou e patenteou um fluido biodegradável à base
de óleo de mamona, que não usa as substâncias
dos líquidos de corte à base de petróleo.
"Os fluidos servem para refrigerar serras, broca, ferramentas
em tornos e em máquinas abrasivas, aumentando sua vida útil
e garantindo a qualidade das peças produzidas", conta
o professor da EESC, João Fernando Gomes de Oliveira, que coordenou
a pesquisa. "Entretanto, além do óleo integral
de petróleo são usados aditivos organoclorados e até
enxofre, causando dermatite nos operadores de máquinas e dificultando
o descarte".
Os pesquisadores testaram várias formulações
do líquido de corte, modificando a concentração
de água. "Os melhores resultados foram obtidos com 50%
de óleo de mamona e 50% de água", conta o professor.
"Essa mistura leva a uma redução maior do calor,
melhorando o desempenho das máquinas." A mistura mais
usada em indústrias utiliza 5% de óleo integral de petróleo,
além de aditivos.
Biodegradável
O fluido com óleo de mamona apresenta a vantagem de ser produzido
a partir de uma fonte renovável. "São acrescentados
apenas um detergente, que faz a ligação entre óleo
e água, um anti-corrosivo e um bactericida". O líquido,
de cor castor (parda; o fluido com óleo mineral é branco)
não provoca irritação nos operadores de máquinas.
"O bactericida é necessário para evitar a proliferação
de microorganismos que alteram as propriedades do fluido".
Testes em ambiente de fábrica vão determinar a vida
útil do fluido de corte à base de óleo de mamona.
"Por ser altamente biodegradável, o líquido pode
se degradar mais rapidamente se a concentração de bactericida
não for adequada", explica Oliveira. "Mesmo que o
controle precise ser mais constante, ele é mais simples, pois
consiste na medição do pH (acidez) do fluido".
O fluido ambientalmente adequado foi desenvolvido no Laboratório
de Otimização de Processos de Fabricação
do Núcleo de Manufatura Avançada (NUMA) da EESC. "Por
meio do Instituto Fábrica do Milênio, são desenvolvidas
soluções aplicáveis em indústrias",
conta o professor. "As patentes são registradas em nome
da USP e os recursos investidos pelas empresas são usados para
equipar e ampliar os laboratórios". A pesquisa foi feita
em conjunto com a engenheira Salete Alves Martins, pesquisadora da
EESC.
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