São Paulo, 
recursos hídricos
12/02/2007
Sistema de suporte de decisão vai facilitar gerenciamento de sistemas hídricos
O SSD Riverhelp será uma importante ferramenta para auxiliar em decisões mais rápidas e precisas dos comitês de bacias hidrográficas. Sistema estará concluído ainda no primeiro semestre deste ano
Antonio Carlos
Quinto

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Além de ferramentas e programas específicos, que podem ser entendidos mais facilmente por especialistas, o programa fornece interfaces intuitivas em Excel, de fácil consulta e acesso
A partir do segundo semestre deste ano, os comitês de bacias hidrográficas poderão se utilizar de uma importante ferramenta para o gerenciamento e planejamento integrado de sistemas hídricos. Um estudo que vem sendo desenvolvido na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP vai resultar num novo Sistema de Suporte de Decisão (SSD) para Bacias Hidrográficas. O SSD Riverhelp, como foi denominado, é um sistema computacional com ferramentas avançadas para auxiliar no processo de tomada de decisões.

Segundo o engenheiro Guilherme de Lima, doutorando do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC, atualmente a maioria dos comitês de bacias hidrográficas ainda não utilizam esse tipo de tecnologia. "Nosso sistema permitirá analises técnicas importantes para definir políticas sustentáveis para cada região levando em consideração não só fatores ambientais, mas também fatores sociais e econômicos", destaca.

O engenheiro lembra que a maioria dos sistemas atuais sistemas trata de questões especificas como, qualidade de água, outorga e geração de energia elétrica de maneira independente. Poucas pesquisas ainda existem sobre SSD capazes de abordar de maneira integrada os fatores mais importantes para a gestão da bacia hidrográfica. Além de fornecer informações que propiciem uma visualização global dos problemas, o Riverhelp pode ser usado até mesmo por não-especialistas no assunto. "Isso acontece devido à configuração que desenvolvemos. Além de ferramentas e programas específicos, que podem ser entendidos mais facilmente por especialistas, o programa fornece interfaces intuitivas em Excel, de fácil consulta e acesso", explica.

Estrutura e Componentes
O SSD Riverhelp é dividido em quatro módulos: Interface principal e Base de Gerenciamento de Informações (ambos em Excel); Sistema de Informações Geográficas (SIG); e um Modelo de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas. "Os dois últimos módulos são softwares comerciais. O modelo de gerenciamento utilizado foi o MIKE BASIN desenvolvido na DHI Water and Environment, da Dinamarca, entidade parceira no desenvolvimento do novo sistema", conta Lima, que estagiou durante um ano naquela instituição.

O pesquisador informa que o custo atual dos módulos de SIG (software ArcGIS, da ESRI) e o Modelo de Gerenciamento de Bacias (software MIKE BASIN da DHI) gira em torno de 6.250 euros.

Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí
Em seu estudo, Lima inseriu no SSD Riverhelp dados referentes à Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no estado de São Paulo. "Esta bacia é uma das 22 regiões hidrográficas do Estado", diz o engenheiro. Por ser uma região muito desenvolvida e com problemas complexos de escassez hídrica, Lima resolveu implantar o sistema num estudo de caso. "Além do mais, trata-se de uma bacia importantíssima no abastecimento não só da região que se encontra como da cidade de São Paulo", lembra. Ao todo, a bacia possui cerca de 15 mil quilômetros quadrados incluindo uma área do Estado de Minas Gerais. A partir de julho, o engenheiro garante que o SSD Riverhelp estará disponível numa versão para testes para essa região.

Comitês
Os Comitês de Bacias Hidrográficas têm, entre outras atribuições, promover o debate das questões relacionadas aos recursos hídricos da bacia; articular a atuação das entidades; arbitrar, em primeira instância, os conflitos relacionados a recursos hídricos; aprovar e acompanhar a execução de Planos de Recursos Hídricos e estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados. São órgãos colegiados que contam com a participação dos usuários, da sociedade civil organizada, de representantes de governos municipais, estaduais e federal.

Além da parceria do DHI Water and Environment, da Dinamarca, Lima contou com recursos financeiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O estudo, iniciado em 2003, vem sendo orientado pelo professor Frederico Fábio Mauad, que é diretor do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada da EESC/USP.





· vínculos:
Escola de Engenharia de São Carlos

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· mais informações:
(0XX16) 3373-8255, com Guilherme de Lima ou Frederico F. Mauad; e-mail: guilima@sc.usp.br

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