ISSN 2359-5191

22/12/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 24 - Meio Ambiente - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Pesquisador fala sobre prevenção de deslizamentos
Coordenador do Plano Preventivo da Defesa Civil conta como é feito o trabalho para evitar acidentes em decorrência das chuvas.

São Paulo (AUN - USP) - Este ano, os meteorologistas prevêem que o verão brasileiro terá um índice pluviométrico dentro da média. Ou seja, diferentemente da temporada passada, quando tivemos estiagem, a partir de agora e nos primeiros meses de 2005 teremos muita chuva. Eduardo Soares de Macedo, coordenador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) nos trabalhos do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), falou sobre os riscos de acidentes em decorrência das chuvas em um bate-papo no site do IPT, no dia 21 de dezembro.

O pesquisador conta que a cultura do trabalho de prevenção deve ser criada nos municípios e esta é a principal meta da defesa civil, que conta com a colaboração do Instituto Geológico e do Departamento e Águas e Energia Elétrica do Estado e São Paulo (Daee), além do próprio IPT. O plano, que entrou em funcionamento no início deste mês, fica em vigor até pelo menos o final de março, podendo ser prorrogado de acordo com as condições meteorológicas. O PPDC é um plano estadual, em que os municípios entram com a criação de um projeto para atender os problemas. Como há a “necessidade de um trabalho técnico muito apurado”, o Estado dá aos municípios as condições criadas pela estrutura dos órgãos técnicos estaduais.

Atualmente, pelo menos 53 cidades do estado de São Paulo já têm planos preventivos instalados. Segundo Soares de Macedo, elas “ainda não estão no ponto ideal de se cuidarem sozinhas, mas estão num nível muito melhor que outras cidades”. Ele conta também que está sendo feito agora um trabalho de extensão do PPDC para toda a Grande São Paulo. Para o pesquisador do IPT, “esse será o maior desafio, já que se trata da região mais problemática do país”.

O coordenador dos trabalhos explica a metodologia de organização que os municípios desenvolvem, em parceria com o IPT, para prevenir acidentes de deslizamento. Em primeiro lugar, devem ser formadas equipes de treinamento. Depois disso, é feito o mapeamento da área e, a partir destes dados, prioriza-se os locais de maior risco. O passo seguinte é o planejamento das medidas estruturais e a execução do plano com os orçamentos municipais ou outras formas de ajuda.

Soares de Macedo reclama que as defesas civis nos municípios atendem a emergências e a luta de sua equipe é para tentar ensinar o trabalho de prevenção. “Treina-las em reconhecer feições de movimentação das encostas, escorregamentos”, afirma. Neste ano, aproximadamente 500 pessoas foram treinadas em quase 20 cursos dados às equipes participantes. Ele fala que há uma intenção de criar um sistema de monitoramento de dados em tempo real, como nos Estados Unidos e no Japão, mas isso é muito caro.

O pesquisador afirma que é preciso fazer um trabalho de conscientização das populações, que “muitas vezes multiplicam os fatores de risco quando se instalam de forma inadequada. Em segundo lugar, um grande trabalho de prevenção, na forma de planos de defesa civil”.

Segundo dados do coordenador do PPDC, pelo menos 1.500 pessoas morreram no Brasil nos últimos vinte anos em decorrência de deslizamentos.

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