ISSN 2359-5191

22/12/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 24 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Pesquisa orienta profissionais da saúde no cuidado de jovens que tentam suicídio
Na maioria das vezes, eles não querem morrer e apenas necessitam de orientação de profissionais da saúde.

São Paulo (AUN - USP) - Adolescência é uma das fases mais difíceis da vida. Mudanças hormonais, conflitos internos, busca de um lugar no mundo associado à incompreensão de todos ao redor. Por se sentir assim e não saber como lidar com isso, muitos adolescentes tentam suicídio e dão entrada na emergência do Hospital da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Para entender como cuidar melhor desses pacientes e orientar os demais profissionais da área de saúde, Rita de Cássia Avanci, pesquisou o perfil desses pacientes.

A maioria dos jovens não quer realmente morrer e sim chamar atenção por algum motivo. “O jovem, muitas vezes, não tem noção da conseqüência do ato de tentar o suicídio. Ele não quer morrer, precisa de ajuda”, explica Rita. Por isso, há certo preconceito entre os profissionais de enfermagem, que pensam que esse tipo de paciente está ocupando um espaço de pacientes com problemas mais graves.

A pesquisadora mostra que esse é um quadro que normalmente vem seguido de depressão, crise de identidade, ou problemas familiares. A atenção para esses pacientes deve ser voltada também à família, que cria a sensação de desconforto no jovem.“Um dos pacientes, com 13 anos, descobriu ser homossexual. Os pais não aceitavam essa opção, e o que é mais grave, o próprio garoto também não se aceitava”, conta.

Rita frisa que se houvesse tratamento psicoterápico mais acessível à população, as tentativas de suicídio diminuiriam substancialmente. Como se tratam de pessoas que passam por uma fase delicada da vida, os adolescentes não têm estrutura para suportar divórcios, crises matrimoniais ou discussões com namorados. Algumas sessões de terapia evitariam a entrada na emergência ou, na pior das hipóteses, a morte de quem tem toda a vida pela frente.

Os números da pesquisa mostram que em 77,8% dos casos as tentativas acontecem com meninas, que normalmente recorrem à ingestão de remédios. Nenhum dos casos estudados de suicídio veio a falecer. Foram estudados pacientes entre 10 e 19 anos.

Contato da Pesquisadora: ravanci@bol.com.br

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br