São Paulo (AUN - USP) - O Aedes albopictus é um transmissor do vírus da febre amarela. Por se adaptar tanto na floresta como na cidade e resistir a baixas temperaturas. O mosquito representa o risco de atuar como ponte biológica entre a febre amarela silvestre e a urbana. A tese “Observações ecológicas de Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) em áreas de proteção ambiental e urbana na periferia da Grande São Paulo", defendida pelo biólogo Paulo Roberto Urbinatti, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, tem como objetivo contribuir para o conhecimento da ecologia da população do mosquito em áreas urbanas e de proteção ambiental.
Para avaliar os aspectos da infestação do mosquito, o pesquisador selecionou duas áreas próximas: o Parque Ecológico do Tietê, área de proteção ambiental, e os bairros Jardim São Francisco e Jardim Piratininga, na Zona Leste da capital. Com a finalidade de mensurar e comparar a infestação entre as duas áreas, foram utilizadas dez larvitrampas e dez ovitrampas, que são “armadilhas” para capturar larvas e ovos, instaladas nas áreas de pesquisa e com monitoramento quinzenal no parque ecológico e a cada dez dias nos Jardins. Foram coletadas amostras de água para análise de parâmetros físicos, químicos e de fauna associada.
O estudo constatou que o Aedes albopictus foi espécie mais freqüente em relação às demais coletadas, nos criadouros naturais e artificiais, correspondendo a 97% e 92% do total das larvas, respectivamente no parque e Jardins. Urbinatti concluiu que “a presença freqüente do albopictus tanto nas áreas de proteção ambiental como nas alteradas reforça a evidência de sua ampla valência ecológica em colonizar ecótopos naturais e artificiais”. Em outras palavras, o mosquito tem capacidade de se reproduzir em ambientes adversos.
Dado a competência e capacidade vetora do Aedes albopictus, o pesquisador espera que os resultados dessa pesquisa possam ajudar nas ações de controle, caso o mosquito represente ameaças à saúde pública.
Mais informações: urbinati@usp.br