ISSN 2359-5191

31/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 09 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Pesquisa pretende facilitar combate à malária

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisas feitas no Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP pretendem desvendar mistérios da infecção do protozoário Plasmodium falciparum, causador da malária, e facilitar o combate à doença. Segundo estatísticas da OMC (Organização Mundial da Saúde) o parasita da malária é responsável pela morte de pelo menos três mil pessoas por dia e pela infecção anual de 300 milhões em todo o mundo. A maioria dos casos ocorre na África, onde se estima que o Produto Interno Bruto do continente seria 32% maior se a doença já tivesse sido eliminada 35 anos atrás.

Gerhard Wunderlich, pesquisador do ICB, afirma que o principal passo para evoluir na pesquisa é descobrir como o Plasmodium falciparum se comporta no organismo humano. O protozoário, ao penetrar na pele através do vetor, o mosquito Anopheles, aloja-se no fígado, reproduz-se e segue para a corrente sangüínea, onde destruirá as hemácias (células do sangue responsáveis pelo transporte de gases).

Na fase sangüínea, um importante fator que dificulta ainda mais a reação de defesa do organismo é a produção, por parte do protozoário, das proteínas da família PfEMP1 (Plasmodium falciparum erythrocyte membrane protein). “Essas proteínas interagem com outras moléculas do hospedeiro e acabam controlando a localização da célula infectada, havendo uma retenção dos glóbulos vermelhos (hemácias). Essa retenção leva a um entupimento dos capilares e a um mau-suprimento do respectivo tecido/órgão com oxigênio”, explica Gerhard.

Como as proteínas PfEMP1, por serem moléculas grandes, são “visíveis” para o sistema imunológico, uma resposta contra elas é desenvolvida prontamente pelo hospedeiro. Isso obriga o parasita a produzir distintas versões desta proteína, em torno de 50 cópias diferentes de genes que codificam as PfEMPs, dificultando a ação dos anticorpos (responsáveis pela defesa do organismo).

É nesse estágio que os pesquisadores do ICB pretendem encontrar saídas para combater a malária. “Nosso intuito é, através de amostras de sangue infectado, identificar qual variante da proteína ele está expressando”, afirma o pesquisador. O objetivo do trabalho é encontrar uma estrutura comum do domínio da PfEMP1 responsável pela ligação ao receptor (célula do hospedeiro). Caso encontrem, seria uma estrutura valiosa para uma vacina ‘antiaderente’, isto é, uma forma de impedir que a proteína do Plasmodium falciparum interaja com a hemácia do infectado. Dessa forma, a função do sistema imunológico seria facilitada, impedindo a progressão da doença para uma malária grave.

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