ISSN 2359-5191

30/06/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 13 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Biotecnologia necessita de adaptação de mercados para se estabelecer

São Paulo (AUN - USP) - “In our days, everything seems to be pregnant with it’s contrary” (“Em nossos dias, tudo parece estar carregando o seu contrário”). A frase de Marx, de 1936 é uma premissa básica para se entender a biotecnologia nos dias atuais. Essa inusitada ligação foi uma das ilustrações utilizadas por Joaquim Machado, diretor de relações institucionais da Syngenta, na palestra “Relações institucionais no Brasil: caso da biotecnologia”, realizada pelo grupo de pesquisas PENSA (Programa de Estudos de Negócios do Sistema Agroindustrial), filiado à FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo). O programa, existente desde 1991, promove palestras com assuntos de interesse na área mensalmente, e possui uma parceria com a Organização Brasileira de Marketing em Agronegócios.

Joaquim Machado, que também faz parte do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, começou sua exposição afirmando que existem certas premissas ao se tratar da biotecnologia que são esquecidas nos debates em universidades e na mídia sobre o assunto. É necessário observar sua contemporaneidade e a inevitabilidade (que não significa conformidade, e sim tem relação com seu amplo potencial de produção e consumo, além de sua permeabilidade), e também seu caráter desruptivo, capaz de acelerar processos. Além disso, o produto da biotecnologia é muito efêmero. E essa característica (que muitas vezes dá uma conotação de supérfluo ao bem) acaba por tornar sua assimilação mais difícil.

A biotecnologia deve ser entendida no contexto do desenvolvimento da genética, tendo consciência de que uma parte dele não decorreu de pesquisas biológicas, mas de avanços tecnológicos empreendidos. Atualmente, com esses avanços já devidamente aplicados, a melhoria não é mais impedida pela tecnologia, como antigamente, não possui uma dependência tão direta dela. O essencial para um desenvolvimento da biotecnologia, sendo capaz assim de se haver uma fusão da indústria química com a biológica (que é o que o atual cenário proporciona), é a soma e organização de conhecimento. É a partir dele que se pode utilizar técnicas de recombinação e evolução molecular para otimizar sua função-gene, sem precisar pensar em transgenia, como seria anteriormente utilizado.

A tecnologia hoje se torna cada vez mais comum, em todas as áreas, evidenciando a sua aceitação no mercado. É necessário estabelecer valores de troca para poder comercializá-la de uma maneira rentável, focando em seu público-alvo e nas negociações que este é capaz de fazer. Segundo Machado, a genética, nesse contexto, além de utilizar a biotecnologia como a resultante da automação de processos aplicados a ela mesma, deve ser vista com a consciência de que “pertence ao campo dos estudos dos fenômenos de evolução probabilística e estabilidade estatística”, e hoje não é mais geral, e sim do indivíduo. Dessa maneira, mais processos poderão ser otimizados, e o Brasil, que já possui um grande avanço na área de genética vegetal, poderá dar grandes passos rumo à transposição de barreiras.

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