ISSN 2359-5191

30/06/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 13 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Geociências
Oficina de Réplicas dissemina conhecimento dos fósseis

São Paulo (AUN - USP) - O material paleontológico tem grande valor didático e desperta curiosidade mesmo entre leigos no assunto, porque são "fotografias" do passado da terra e um retrato ilustrativo da evolução. Contudo, fósseis são de difícil obtenção, pelo menos no Brasil. O Instituto de Geociências da USP (IGc-USP) trabalhava, até anos atrás, coleções de 50 anos compradas no exterior, e eram constantes os empréstimos delas a escolas que não tinham outros lugares onde obter esse tipo de material de grande valor didático eram constantes.

O professor Luiz Eduardo Anelli, quando veio para o IGc em 1996, fez com que isso parasse, visando a conservação dos fósseis. Pouco tempo depois fez as primeiras réplicas em gesso de alguns deles e as doou para as escolas que pediram. Outras escolas se interessaram e as réplicas eram feitas em troca do gesso necessário. Anelli então, junto com os alunos que o ajudavam com as réplicas, resolveu montar a Oficina.

Fizeram uma viajem para o interior criando moldes e montaram a coleção "O passado em suas mãos", bem dividida para melhor ilustrar todos os períodos geológicos e todas classes de seres vivos, de vegetais a vertebrados, vendida num pacote completo, bem embalado, com todas réplicas explicadas e um manual de instruções e dicas para professores. As cem primeiras coleções feitas foram totalmente vendidas rapidamente. Desde então a produção não parou mais.

O dinheiro arrecadado com as vendas é usado em viagens para a confecção de novos moldes ou novas aquisições para o Instituto. Atualmente, Anelli está trabalhando para trazer para o IGc uma coleção americana de crânios de dinossauros - réplicas de museu, (afinal, os fósseis e esqueletos expostos no museu são sempre réplicas).

O processo é bem simples, muito mais do que parece. O molde, a parte mais difícil, é feito com silicone francês um pouco caro, mas que consegue gravar todos os minúsculos detalhes dos fósseis. Esse molde é recheado com resina que, depois de seca, é pintada com esmalte e envernizada. O gesso é mais leve, tem mais aspecto de rocha, mas é mais frágil. O processo é totalmente manual e os resultados impressionam pela qualidade - as réplicas estão sujas e envelhecidas com se tivessem acabado de sair de um campo arqueológico.

É uma iniciativa única no país. Anelli já ministrou Brasil afora várias palestras sobre a confecção de réplicas e quanto isso pode ser interessante para pesquisadores, professores, alunos ou curiosos sobre o assunto. Ele também frisa que é um filão de mercado ainda por descobrir: a procura é grande e não há encalhe, por isso, o professor salienta que está aberto a parcerias de empresas interessadas na confecção de réplicas de fósseis.

A Oficina de Réplicas funciona no prédio do Instituto de Geociências da USP, na rua do Lago, 562, Cidade Universitária, São Paulo – SP. Lá, as réplicas podem ser adquiridas isoladamente ou a coleção completa, ou então no Museu de Geologia, também no IGc. Outras informações no site da Oficina: http://www.igc.usp.br/replicas/.

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