ISSN 2359-5191

13/01/2006 - Ano: 39 - Edição Nº: 24 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Instrumento de medida em UTI contribui para melhor funcionamento da unidade

São Paulo (AUN - USP) - Quando alguém escolhe uma carreira relacionada à saúde, seu objetivo principal é promover a qualidade de vida das pessoas, realizando a cura e prevenção de doenças e proporcionando tratamento adequado a cada caso. Alguns profissionais fazem ainda mais: eles se preocupam em desenvolver instrumentos capazes de facilitar o trabalho de seus colegas e melhorar a qualidade do serviço oferecido ao paciente – é o caso do professor Dinis Reis Miranda, criador do chamado Nursing Activities Score (NAS).

O professor e médico português, presente no seminário Instrumentos de medidas em UTI: contribuição do NAS, que ocorreu na Escola de Enfermagem da USP, explicou à platéia formada por estudantes e profissionais da área da saúde que o mecanismo desenvolvido por ele tem como função medir o tempo médio consumido pelos enfermeiros em cuidados a pacientes internados em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Para isso, atribuem-se pesos diferentes a cada tipo de atividade exercida pelos enfermeiros e o resultado final é um número que representa a média de tempo gasto com o paciente. O objetivo último do NAS é obter informações mais precisas sobre os pacientes internados em UTIs e sobre a necessidade de cuidados que eles requerem.

Além do NAS, existem outros instrumentos de medidas, que surgiram como indicadores do estado de gravidade do doente, para que sua indicação para a UTI fosse cada vez mais precisa. Esses índices de gravidade descrevem o grau da disfunção orgânica de pacientes gravemente enfermos. Entre eles, podemos citar o APACHE (Acute Physiology and Chronic Health Evaluation), o SAPS (Simplified Acute Pysiology Score), o MPM (Mortality Probability Models), entre outros. Ao longo dos anos, eles receberam aprimorações para que a sua precisão se tornasse ainda maior. A diferença crucial entre esses instrumentos e o NAS é que o NAS não mede a gravidade do estado do paciente, e sim o tempo de trabalho dedicado a ele pelos enfermeiros.

Cada instrumento tem suas vantagens e suas carências. Durante o seminário, algumas profissionais relataram suas experiências práticas com a utilização do NAS. Elas explicaram as dificuldades que encontraram e como as driblaram, adaptando o instrumento à realidade de seus ambientes de trabalho. Leilane Golçalves, por exemplo, conta que um dos maiores problemas na aplicação do NAS era que muitas das informações necessárias não eram registradas nos prontuários. Assim, a enfermeira responsável por fazer o NAS tinha de conversar pessoalmente com todos os enfermeiros daquele dia, e muitos já não se lembravam das interferências realizadas.

Leilane, então, criou um mecanismo a que chamou de Anexo-NAS, que vem junto com o prontuário para os enfermeiros preencherem ao final de cada turno. Ele é de fácil preenchimento e contém todas aquelas informações necessárias para o cálculo do NAS que não eram registradas no prontuário. Leilane alerta, porém, que os profissionais devem estar conscientes da importância de preencher tal instrumento, caso contrário serão acometidos por falta de motivação. A enfermeira Raquel Rapone Gaidzinski também compartilhou, durante o encontro, sua experiência com o NAS. Ela desenvolveu uma série de equações, com base nos cálculos do NAS, para adaptá-lo no dimensionamento de pessoal em UTI.

Apesar de o NAS não indicar com exatidão a realidade do trabalho diário dos enfermeiros nas UTIs, vimos através das experiências compartilhadas que, desde que com critério, há maneiras de adapta-lo para diferentes contextos de trabalho. Existem limitações, porém é necessário que o profissional entenda essas limitações para fazer o melhor uso possível do instrumento.

Para saber mais sobre o NAS – tese da professora Alda Ferreira Queijo, com tradução e validação do instrumento:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12112003-220346/publico/AldaTDE.pdf

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