ISSN 2359-5191

10/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 01 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Pesquisas de implantes biológicos obtêm amostragem sem calcificação

São Paulo (AUN - USP) - Mais avanços foram alcançados em projeto temático da FAPESP sobre “Liofilização de tecidos biológicos” nos meses iniciais de 2007. O coordenador do projeto, o professor Ronaldo Nogueira de Moraes Pitombo, da FCF (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) da USP, antecipou o conteúdo do artigo que será publicado na revista científica norte-americana Artificial Orgams em abril deste ano.

No artigo, há o detalhamento dos procedimentos de pesquisa. Após cada tratamento químico, um grupo de amostras do material examinado é congelado “seco” e outro em solução. Os resultados indicaram que o processo de congelamento seco de amostras inibe a calcificação de substâncias, que é o principal fator de limitação da durabilidade de biopróteses, implantes feitos a partir de materiais biológicos.

A liofilização de tecidos vivos é um processo que permite que tecidos animais ou humanos sejam conservados secos, de modo que sua estocagem e esterilização sejam efetivas. A partir deste procedimento, é possível inclusive eliminar vírus lentos. Os biomateriais biológicos obtidos são utilizados em vistas de impedir a calcificação dos tecidos, com a confecção de implantes de, especialmente, válvulas cardíacas e patchs (espécie de curativos corporais para remendos e reforços).

O avanço obtido é essencial à continuidade do projeto. Iniciado há três anos, é uma parceria entre a FCF-USP, o InCor (Instituto do Coração, com a pesquisadora Marina J.S. Maizato), o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, com Olga Zazuco Higa) e a Unicamp (universidade de Campinas, com Marisa Masumi Beppu). A liofilização requer necessariamente uma abordagem multidisciplinar, para que haja uma compreensão global dos fenômenos envolvidos, ligados às biológicas, bioquímicas, exatas e médicas. O professor Ronaldo Pitombo, além de coordenar a pesquisa, leciona na graduação e na pós-graduação da faculdade.

Do ponto de vista econômico, o projeto apresenta diversos pontos positivos. Em primeiro lugar, o baixo custo da matéria-prima utilizada, obtida a partir de órgãos de animais rejeitados pelos matadouros. Os reagentes necessários ao seu processamento são igualmente baratos.

Outra vantagem dos bioimplantes é que dispensam o uso de anticoagulantes, uma vez que possuem baixa trombogenicidade, bem como não demandam freqüentes medidas laboratoriais. O primeiro fator, além de reduzir os custos (assim como o segundo o faz), reduz também a morbidade, por fazer decrescer a incidência de hemorragias.

Este panorama de benefícios que a liofilização de tecidos biológicos, agregado ao trabalho exemplar realizado no InCor gera interesse industrial para atender ao próprio mercado brasileiro e, mais que isto, exportar à América do Sul, Europa e Oriente.

O projeto é de extrema importância científica, econômica e medicinal. Neste sentido, o incentivo de autoridades e instituições públicas e privadas do país, que vêm sendo feito, além de continuar oferecendo possibilidades de melhora na qualidade de vida humana, contribui com o prestígio do Brasil nos circuitos científicos de pesquisa internacionais.

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