ISSN 2359-5191

06/05/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 30 - Educação - TV USP
Deficiência deve ir além do noticiário sobre deficiência

São Paulo (AUN - USP) - É preciso entrevistar pessoas com deficiência em matérias sobre o trânsito, a política, a educação e a chuva, em vez de guardá-las para o assunto deficiência, como se tem feito. Esse é um dos avanços propostos pela "Escola de Gente - Comunicação em Inclusão", representada por Fábio Meirelles na conversa sobre "Pessoas com deficiência na mídia brasileira", organizada recentemente pela TV USP na Faculdade de Saúde Pública da USP. O evento teve tradução simultânea em linguagem de sinais.

Apesar de as matérias sobre deficiência serem cada vez mais comuns, o que traz visibilidade importante à questão, Meirelles chamou a atenção para o fato de que isso não apenas é insuficiente como também pode trazer resultados perversos. Além da possibilidade de acomodação dos espectadores quanto à mobilização por maior inclusão, a impressão é motivada pela freqüência de equívocos da mídia ao tratar do tema. Um deles é o receio injustificado quanto ao uso do termo "deficiência" - fala-se em "necessidades especiais" e outros eufemismos. Muitas vezes, esse rodeio em torno do termo se dá pois as pessoas - entre elas, os jornalistas - tendem a associar o termo "deficiência" ao contrário de "eficiência" quando, na verdade, o contrário de "eficiência" é "ineficiência". Além disso, insiste-se na adoção do termo "portador", como se a deficiência fosse algo que a pessoa carrega, e não uma parte dela, de seu corpo.

O despreparo dos jornalistas gera ainda confusão entre deficiências físicas e mentais, bem como uma indiferenciação equivocada entre deficiências e doenças. Meirelles, que participa da publicação "Manual da mídia legal", anti-discriminação na mídia, lembrou que, diante das críticas os jornalistas costumam ser calorosos, mas justificar-se por uma suposta falta de tempo nas redações. Mas o que falta, na visão do palestrante, é uma formação adequada à inclusão - "Nunca me foi dito na faculdade de comunicação que eu entrevistaria uma pessoa surda ou cega" - além de um maior cuidado na abordagem do tema, tratado de forma displicente quando comparado a assuntos como política ou economia.

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