ISSN 2359-5191

21/05/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 41 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Novos compostos impedem calcificação de válvulas cardíacas

São Paulo (AUN - USP) - Um projeto que envolve a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP desenvolveu novos compostos que protegem a válvula cardíaca feita de pericárdio bovino da calcificação. Os nomes das substâncias ainda não foram anunciados em virtude do processo de patente que está em andamento. Uma válvula de pericárdio bovino tem longevidade de 10 a 20 anos. A expectativa é que esses compostos permitam maior previsibilidade do tempo de duração e melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

Esse projeto temático da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) conta também com o Ipen (Instituto de Pesquisas Nucleares), a Unicamp (Universidade de Campinas) e o Incor (Instituto do Coração) – que faz os testes em animais, assim como as válvulas biológicas. O pericárdio bovino (material que envolve o coração do boi) serve de matéria-prima de válvulas (não só cardíacas, mas de todo o sistema vascular) por ter elasticidade, crescimento celular e baixo índice de rejeição no organismo.

Como desvantagem em relação às válvulas mecânicas, a natural esgarça com o tempo. “É como uma camiseta que, de tanto lavar e usar, não vai rasgar de uma vez, mas vai esgarçando”, explica o professor Bronislaw Polakiewicz, da FCF-USP. As válvulas mecânicas duram mais que as biológicas, mas, por outro lado, quando apresentam problemas, param de funcionar de uma vez. Além disso, os pacientes que possuem válvulas mecânicas têm que tomar anticoagulantes diariamente para evitar embolias.

Outro problema da válvula biológica, que tenta ser contornado com essa pesquisa, é a calcificação da válvula que ocorre a longo prazo, em um processo natural. Segundo Polakiewicz, “todo mundo sofre com a calcificação dos vasos; é isso, por exemplo, que causa o aumento de pressão com o avanço da idade. Não é patológica, é apenas uma disfuncionalidade que deixa o organismo mais vulnerável”.

O aumento da expectativa de vida das pessoas contribui para aumentar a demanda de válvulas. Antes da preocupação da sociedade com o controle de pressão, por exemplo, cerca de 35% a 40% das mortes eram causadas por infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Nesse contexto, a pesquisa se mostra importante porque as válvulas biológicas são mais baratas que as mecânicas e o Brasil tem condições de produzi-las. “O que se fala sobre esse assunto até nos países que desenvolvem válvulas mecânicas é que compensa corrigir, tentar melhorar a válvula de pericárdio bovino do que desenvolver mecânicas”.

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