ISSN 2359-5191

18/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 56 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Alimentação com plantas é parte da história do homem

São Paulo (AUN - USP) - O contato constante pode passar despercebido, mas a presença das plantas na vida do ser humano é tamanha que acabou por moldar toda a vida em sociedade. O impacto dos vegetais, como forma de alimentação, é tão marcante que a humanidade só foi definida como tal a partir do momento em que começou a plantar três vegetais básicos, o trigo, o arroz e o milho.

É assim que o professor Paulo Takeo, do Instituto de Biologia da USP, define a importância das plantas na alimentação humana. Segundo ele, os primeiros objetos moldados pelas antigas civilizações, os potes, já são uma denúncia desse impacto dos vegetais na vida humana: surgiram da necessidade de carregar os grãos que se plantavam. E ele vai mais longe: “imagine a mesa do europeu antes dos descobrimentos; os sabores mais fantásticos da nossa mesa vieram das plantas das Américas, como a baunilha, o chocolate e o tomate”, diverte-se.

Engana-se quem acha que nem todas as partes dos vegetais, da raiz às flores, são aproveitados na hora da refeição. Cada parte possui sua importância para o corpo humano, devido às suas diferentes constituições. A raiz, onde o vegetal armazena suas reservas de energia, é a parte mais calórica da planta, sendo rica em amido. São legumes como a mandioca, o rabanete e a cenoura. O caule também é fonte de glicose e amido, apresentando formas tão díspares quanto à da batata Inglesa e do Palmito.

As folhas, talvez a parte mais comumente consumida, são ricas em fibras que auxiliam na digestão: por não serem digeridas, dão maior consistência ao bolo alimentar e promovem um melhor funcionamento do intestino. Também variam na sua apresentação, como as da cebola e do alho. O sabor diferente de algumas folhas, como a cebolinha e a salsinha, dá-se devido à estratégias de defesa da planta contra predadores pequenos. Se nessas folhas a alteração para o paladar humano se dá apenas no sabor, outras defesas mais pesadas, como a da popular “comigo ninguém pode”, que possui cristais pontiagudos que fixam na garganta, são mortais.

O sabor controverso das flores também vem das necessidades das plantas. Por se tratar de um órgão reprodutivo, possui uma composição que visa combater a predação, além de possuir menos energia. Por isso, é a menos presente na alimentação humana. Os frutos, ao contrário, são produzidos para serem comidos. “Em um universo em que tudo é verde, de repente surge algo suculento”, diz Takeo. Segundo ele, o fruto é a coisa mais importante que a planta produziu, sendo resultado do desenvolvimento do ovário, que começou a crescer e proteger a semente. Com o objetivo de dispersá-la e espalhar a reprodução, eles são saborosos e repletos de nutrientes necessários ao corpo. “É claro que você vai lá e come”.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br