ISSN 2359-5191

05/12/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 16 - Sociedade - Núcleo de Estudos da Violência
Núcleo de Violência inicia a segunda etapa do projeto da Rede de Observatórios de Direitos Humanos

São Paulo (AUN - USP) - Após traçar um panorama da situação dos direitos humanos em algumas comunidades, o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) parte para ação através de políticas públicas, agindo nas escolas das regiões estudadas. Na fase piloto do projeto, os observatórios foram implementados no Jardim Ângela, Capão Redondo, Jardim Jacira e Heliópolis.

Há cerca de um mês, foi publicado o Relatório da Cidadania que traz um balanço sobre os resultados do projeto dos observatórios, coordenado pelo NEV e implementado em parceria com Instituto Sou da Paz, desde maio de 2000. "A avaliação da primeira etapa foi positiva", analisa Marcelo Daher, um dos pesquisadores envolvidos no projeto. A idéia agora é que cada grupo focalize o trabalho de observação em escolas da região, centrado na relação entre educação e segurança, tema escolhido pelos próprios integrantes dos grupos. Os jovens foram escolhidos como instrumentos para estudar a situação porque, além de não terem a maioria dos direitos econômicos, sociais e culturais assegurados, eles aparecem como vítimas e também protagonistas da violência, ligada à criminalidade e ao tráfico de drogas.

O intercâmbio entre estes jovens e os coordenadores do programa foi feito pelo Instituto Sou da Paz, que é formado por lideranças de jovens universitários. No princípio, houve muita resistência dentro dos grupos, pela falta de perspectivas melhores no horizonte destes jovens. Com o passar do tempo, eles criaram confiança e se engajaram no projeto. Estudaram intensamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, aos poucos, transferiram a linguagem jurídica do documento para o dia-a-dia da comunidade.

Nos observatórios, os grupos, integrados pelos jovens da comunidade e monitores, discutem temas como violência, escola, lazer, cultura e emprego. Lá, os jovens foram treinados para identificar na própria comunidade, o que não estava de acordo com os direitos previstos na declaração. Faz parte dos objetivos do observatório, também, levantar informações qualitativas sobre a situação dos direitos humanos nas diversas realidades locais, para fugir de números e estatísticas que, apesar de úteis, são um relato frio do que se passa nessas regiões.

Além disso, faz parte da segunda parte do projeto disseminar informações e capacitar lideranças voltadas a defender e possibilitar a realização dos direitos fundamentais nas comunidades em que atuam. O projeto conta com recursos e apoio da Secretaria de estado dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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