ISSN 2359-5191

13/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 124 - Educação - Centro de Práticas Esportivas
Projeto Esporte Talento usa pilares da UNESCO para complementar a educação

São Paulo (AUN - USP) -O Projeto Esporte Talento, desenvolvido no Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP) desde 1995 em parceria com o Instituto Ayrton Senna, busca usar o esporte como ferramenta complementar à educação escolar, utilizando-se dos quatro pilares da educação (aprender a fazer, a ser, a conviver e a conhecer) instituídos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) no relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. É o que afirma Maykell Carvalho, professor do CEPEUSP e integrante da equipe de coordenação do projeto, que atende jovens de idades entre 8 e 18 anos.

Sobre os quatro pilares, Maykell tenta mostrar em sua apresentação como eles podem ser aplicados às práticas esportivas. No que diz respeito ao “aprender a ser”, a idéia é desenvolver a pernonalidade e a autonomia dos participantes. Já com “aprender a conviver”, entram questões relacionais, sejam elas com família, amigos, educadores, bem como a identificação de como a criança se vê dentro dessas relações. No esporte, a idéia é mostrar a convivência, no contexto de competição esportiva, com colegas de equipe, adversários, árbitros e treinadores, por exemplo. Com o “aprender a conhecer”, a idéia é mostrar como questões intrínsecas ao esporte - como estratégias, táticas e reconhecimento de regras - podem auxiliar na formação cognitiva dos menores. Por fim, com o pilar “aprender a fazer”, tenta-se trabalhar as competências produtivas, como o desenvolvimento da criatividade que, uma vez estimulada pelo esporte, pode ser utilizada nos demais campos da vida social, cumprindo-se, assim, o papel de complemento na educação.

Apesar do Projeto Esporte Talento lidar basicamente com crianças de baixa renda familiar, o professor Maykell não gosta do rótulo de “projeto social”. Segundo ele, seria mais adequado dizer que se trata de ações sócio-educativas. Para isso, há um trabalho de desmistificação do esporte como oportunidade de ascensão social: “trabalhamos numa perspectiva que não negue a possibilidade de ascensão social pelo esporte, mas precisamos mostrar, para os jovens e para as famílias, que é difícil conseguir isso. E que nem todos conseguirão”, afirma.

Para viabilizar o trabalho com os jovens, o projeto os divide em grupos de faixa etária. O primeiro, dos 8 aos 10 anos, participa de práticas esportivas diversificadas, ou seja, sem um foco em modalidades específicas. São basicamente jogos lúdicos e brincadeiras.O segundo grupo é o de crianças com 11 e 12 anos em que há uma presença maior das modalidades, com introdução de algumas regras e adaptações para a idade, mas ainda de maneira informal. Na faixa etária seguinte, de 13 e 14 anos, já há uma prática específica, direcionada a uma modalidade, com aspectos táticos e técnicos. Nela, a criança faz a escolha da modalidade a ser seguida e, segundo Maykell, a preferência é pelos esportes coletivos. O último grupo é dos jovens entre 15 e 18 anos, em que se busca o aperfeiçoamento da modalidade escolhida na fase anterior, com a determinação de metas.

Apesar de ter como base a prática do esporte, o Projeto Esporte Talento busca trabalhar os jovens em outras duas perspectivas: a do espectador, isso é, de como eles percebem os diversos fenômenos esportivos, e a de outras áreas ligadas ao ambiente esportivo - como o jornalismo e a psicologia - através de acompanhamentos, conversas e palestras e a prática, como alguns alunos que tiram fotografias das competições promovidas pelo projeto.

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