ISSN 2359-5191

14/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 125 - Educação - Estação Ciência
Televisão pode ser fator determinante para democratização da ciência

São Paulo (AUN - USP) - A televisão, muitas vezes criticada pelo seu conteúdo raso, pode ser de grande utilidade para o enriquecimento cultural da população quando utilizada corretamente, principalmente quando o assunto é divulgação científica. Trancafiada dentro das universidades e centros de pesquisa, a produção de ciência dificilmente chega ao cidadão comum, que não tem acesso ao mundo acadêmico.

A questão da utilidade da TV para a difusão do conhecimento científico foi o tema de debate que contou com a presença de Roseli de Deus Lopes, diretora da Estação Ciência da USP e livre-docente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, José Renato Monteiro, curador da mostra Ver Ciência, e Maurício Tuffani, assessor de imprensa da UNESP (Universidade Estadual Paulista) e ex-editor-chefe da revista Galileu.

A televisão, por sua intensa penetração em todas as camadas sociais, atingindo 98% das residências do país, é o meio de comunicação com o maior poder para estimular o jovem de qualquer faixa etária a se interessar pela ciência. Roseli explica que não apenas os programas educativos podem ser úteis nesta tarefa, mas que os programas de ficção também podem ajudar nessa missão, chegando a brincar citando o exemplo do seriado norte-americano MacGyver, no qual um agente secreto se recusava a usar armas, preferindo resolver seus problemas com seus conhecimentos científicos e algumas engenhocas mirabolantes, fazendo uso inventivo de objetos comuns do dia-a-dia.

A televisão ainda possui alguns aspectos técnicos que facilitam a difusão da ciência, como a possibilidade da utilização de infográficos, que viabilizam uma maior compreensão do assunto. Maurício Tuffani explica a necessidade do uso deste recurso para melhor fazer uma melhor contextualização histórica e geográfica dos temas a serem abordados.

O ex-editor-chefe da revista Galileu ainda critica os meios de comunicação que evitam de tratar de determinados assuntos por considerá-los demasiadamente complexos para o público. De acordo com ele, são exatamente estes os temas que devem ser debatidos para que a população comum também possa compreendê-los.

José Renato Monteiro acredita que um dos obstáculos a uma divulgação científica eficiente é o relacionamento do divulgador com a sua fonte, muitas vezes fechada dentro de uma vocabulário hermético e técnico, dificultando o entendimento do público. Para ele, a grande fonte é aquela que dá o braço ao telespectador e caminha junto na busca do conhecimento.

Roseli ainda diz que é importante mostrar que a produção de ciência e tecnologia faz parte da vida da população e é fundamental para dar fim à exclusão social. Para ela, mesmo que hoje 97% das crianças estejam matriculadas nas escolas, ainda é necessário que elas percebam o prazer de aprender, de se aproveitar de uma informação para gerar conhecimento e poder aplicar esse conhecimento, de modo a, por exemplo, resolver um problema do bairro onde mora.

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