ISSN 2359-5191

01/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 135 - Saúde - Instituto de Psicologia
Estudo com crianças analisa capacidade de descriminação de cores

São Paulo (AUN - USP) - A capacidade de distinção de cores é pouco valorizada, na maioria das vezes, pelos indivíduos que não possuem problemas visuais. Devido à grande quantidade de sinais no cotidiano, as pessoas tendem a se acostumar às imagens e esquecer a importância que possuem para a vida em sociedade. Parar em um semáforo de trânsito e diferenciar o verde do vermelho, por exemplo, é uma ação considerada simples e corriqueira. Contudo, imagine a dificuldade encontrada por portadores de daltonismo ou outras deficiências visuais para a locomoção em uma grande metrópole. Ou, como acontece em sua maior parte das vezes, fazê-lo sem a consciência da doença.

Com o objetivo de entender a capacidade de distinção de cores do sistema ótico humano e, conseqüentemente, contribuir para a solução de suas enfermidades, a estudante do Instituto de Psicologia da USP, Daniela Tsubota Roque, organizou um estudo, na qual analisa desde 2006 a visão de crianças com idade até 2 anos. Nessa faixa etária, o sistema nervoso central e o próprio olho estão se desenvolvendo rapidamente, o que permite uma analise detalhada do funcionamento e da evolução da função visual.

“Existem muitas patologias associadas à perda da visão de cores. Diabetes, síndrome de Parkinson e atrofia ótica são apenas algumas delas. O trabalho com crianças busca estudar o processo pela qual a anatomia se desenvolve justamente para auxiliar no diagnóstico de problemas relacionados ao sistema de cores e indicar os tratamentos das doenças”, explicou Daniela.

O experimento que contou com a participação de 19 crianças consiste na projeção de um alvo colorido sobre um fundo cinza. Conforme o alvo aparece em diferentes partes da tela do computador, a observadora identifica a direção do olhar do bebê como forma de avaliar se o objeto colorido é discriminado. Durante a avaliação, de acordo com o desempenho do bebê, o alvo muda de cor e perde intensidade, gradualmente a cada projeção, até ficar próximo do cinza. Em outras palavras, a cada resposta correta, o teste se torna mais difícil, estabelecendo com maior precisão o nível de evolução do sistema.

O estudo provou que com 15 meses de vida já é possível identificar nos bebês algumas deficiências visuais que podem se manifestar posteriormente quando crescerem. Isso porque, nessa idade, os níveis de discriminação de cores já são muito próximos aos valores encontrados em adultos, seja na quantidade ou intensidade das cores.

“A pesquisa permite entender melhor o amadurecimento da visão em bebês e o período em que ocorre. Sabe-se, então, quando é possível fazer um diagnóstico precoce e eficaz de daltonismo, por exemplo. Esse diagnóstico facilita um tratamento e evita o choque da descoberta, uma vez que a maioria das pessoas se dá conta do problema na escola ou em situações cotidianas. Isso significa um grande choque”, indicou a estudante.

O trabalho de Daniela Roque com crianças fez parte de sua Iniciação Científica, recentemente, finalizado no Instituto de Psicologia. O estudo foi orientado pelo professor do Instituto, Marcelo Fernandes da Costa, no Laboratório da Visão do Departamento de Psicologia Experimental. A estudante afirmou que pretende continuar suas pesquisa na área para possíveis Mestrado e Doutorado.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br