ISSN 2359-5191

04/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 138 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Arquitetura e treinamento de emergência podem ajudar a salvar vidas em desastres naturais

São Paulo (AUN - USP) -Os desastres naturais vitimam milhares de pessoas ao redor do mundo praticamente todo ano. Este ano, por exemplo, um terremoto na província de Sichuan, na China, deixou aproximadamente 8500 mortos. No Caribe, a situação também foi de calamidade, com furacões fazendo várias vítimas em Cuba e no Haiti, principalmente. Para Érica Yoshioka, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, porém, tais situações podem ser amenizadas. A professora de Tecnologia da Arquitetura afirma que há técnicas que possibilitam a construção de edificações mais seguras. “Não falta tecnologia. Mesmo se for necessário algum tipo de material que não existe, a gente inventa”. Mas ela faz uma ressalva: “Isso não adianta nada sem que haja conhecimento do que se fazer um uma situação de emergência”.

Yoshioka aponta que é possível desenvolver boas técnicas de segurança. “Para lutar contra um terremoto, pode-se pensar em um prédio articulado, usando como exemplo o corpo humano, que não seria tão afetado pelos tremores”. Mas a construção segura não acaba com o perigo dos desastres naturais. A professora de Arquitetura aponta que é preciso saber o que fazer em caso emergência. Para exemplificar, ela fala da relação dos japoneses com os abalos sísmicos: “Eles sabem que medidas de segurança tomar quando há um terremoto. Essa consciência ajuda a reduzir o número de vítimas e aumenta a segurança”, diz. O Japão, localizado no extremo oriente da Ásia, é um dos países com maior incidência de atividade sísmica do mundo, pois está numa área de choque de placas tectônicas (subdivisões da crosta terrestre que se movimentam de forma lenta e contínua sobre o manto).

Nem todos os desastres naturais, porém, podem ser combatidos. Aqueles que chegam de surpresa, por exemplo, deixam poucas alternativas. A professora aponta os tsunamis (ondas gigantes originas por algum tipo de perturbação como sismos ou atividade vulcânica) como um dos mais perigosos. “A onda chega de repente, rápida e com toda aquela força. O que dá pra fazer? Não dá nem pra pensar em técnicas de segurança, porque não dá tempo nem de correr”. Yoshioka aponta que o mais seguro a se fazer seria abandonar áreas de risco, mas isso é pouco provável, segundo ela. Não é a toa que tsunamis deixam um grande número de mortos. O mais recente, no Oceano Índico em 2004, deixou em torno de 285 mil mortos no sudeste asiático, com algumas ondas chegando até mesmo à costa leste africana.

A professora ainda afirma que a manutenção das edificações também é muito importante para prevenir outros tipos de acidentes, como incêndios. “Não adianta nada fazer um prédio que agüenta o choque de um [avião] Boeing e que de repente pega fogo por um problema na parte elétrica”. Para ela, é preciso que haja, ao mesmo tempo, projetos seguros e cuidados com o prédio. “Além disso, é sempre necessária a fiscalização dos órgãos responsáveis para ver se está tudo regular no projeto da edificação”, completa Yoshioka.

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