São Paulo (AUN - USP) - 2009, o Ano Internacional da Astronomia, teve mais um evento comemorativo, desta vez realizado pela Estação Ciência. Os 29 anos do lançamento de Cosmos, a principal obra do astrônomo e cientista americano Carl Sagan, foram homenageados dia 17 com uma série de debates e exibição de vÃdeos no auditório da Estação. O evento precede comemorações maiores que acontecerão em 2010.
Carl Sagan é conhecido mundialmente não apenas por seus trabalhos cientÃficos, mas principalmente pelos seus esforços para a popularização da ciência. O livro Cosmos foi escrito para acompanhar o programa de televisão de mesmo nome apresentado por Sagan e visto por mais de 600 milhões de pessoas em 60 paÃses. Ele conseguia a adesão do público apresentando as maravilhas da ciência de forma instigante e didática. âSagan era um visionário de um futuro melhorâ, lembrou a debatedora Surya Bueno no evento. O cientista acreditava na ciência como ferramenta de transformação da realidade, uma forma de abrir os olhos das pessoas. âNosso futuro depende intimamente em como conhecemos o cosmos. Podemos tornar a vida melhor e conhecer o Universo que nos criou ou podemos desperdiçar a nossa herança de 15 bilhões de anos em uma autodestruição despropositadaâ, disse ele no fim do primeiro episódio de Cosmos.Na comemoração relacionou-se o lado otimista de Sagan ao mundo representado na série televisiva de sucesso Jornada nas Estrelas. O mundo do programa era melhorado em relação ao dos filmes de ficção cientÃfica, onde em geral extraterrestres invadem uma Terra devastada. Em Jornada não há fome, guerra ou pobreza. As personagens ocupam seu tempo viajando pelo espaço e se divertindo.
Apesar da confiança no progresso da espécie humana, Sagan também previu a possÃvel destruição da Terra enquanto meio habitável pelos próprios homens. Por isso considerava como saÃda a ocupação de outros planetas e dedicava parte de seu tempo a estudá-los, assim como a existência de vida extraterrestre.
Nos bate-papos foram discutidas outras caracterÃsticas de Sagan como seu método cientÃfico ceticista. Nem ateu nem religioso, o americano se aproxima do agnosticismo. Embora fosse duramente criticado por religiosos, Sagan pregava a necessidade de os cientistas manterem suas mentes abertas para a existência de mistérios maiores que o ser humano.
O cientista foi premiado por diversas instituições importantes como a NASA, a Associação Astrônomica Americana e a Associação Humanista Americana além do Prêmio Pulitzer. Sagan morreu de pneumonia em 1996 depois de enfraquecido por uma rara doença na medula óssea.