São Paulo (AUN - USP) - Uma antiga estufa, materiais que simulam a transformação das rochas em solo. Experimentações quÃmicas e fÃsicas realizadas a partir de materiais recicláveis mostram para crianças e jovens detalhes importantes da preservação ambiental. Tal é o cenário onde funciona o Projeto Solo na Escola, coordenado pelo professor Antonio Carlos de Azevedo, do Departamento de Solos da Escola Superior de Agricultura âLuiz de Queirozâ (Esalq) da USP.
Os estudantes participantes não são bolsistas e realizam monitoria de forma voluntária, apresentando aos alunos visitantes das escolas municipais de Piracicaba assuntos didáticos relacionados aos diversos tipos de solos, com ênfase na preservação ambiental dos ecossistemas terrestres e como estes influem na qualidade de vida das pessoas.
Azevedo explica que a nova proposta curricular diminuiu a possibilidade de as escolas realizarem passeios com seus alunos, por isso, haverá mudanças no projeto para o próximo ano. âQueremos ampliar os estudos, levando nosso trabalho diretamente à s escolasâ, ressalta. âEstamos analisando quais locais oferecem estrutura necessária ou podem sofrer alteraçõesâ.
Formação educacional
O trabalho não se resume a exibições cientÃficas, o professor afirma o interesse do grupo em valorizar a relação entre universidade e comunidade: âMuitas vezes os alunos visitantes nos perguntam se é preciso pagar para estudar na Esalq e como funciona o vestibular; portanto, além de colaborar com a formação educacional, também despertamos o interesse para carreira acadêmica na própria instituição.â
Para Josiane Lopes, mestranda que ajudou Azevedo na implementação do projeto, o contato com os professores da rede municipal faz a diferença. âOrientamos os professores em assuntos referentes aos solos e meio-ambiente, além de fornecer o material pedagógico que construÃmos, muitas vezes, com ajuda dos alunos.â
O que surpreende o grupo é o novo olhar que todos tiveram após o contato com os alunos da rede municipal. Ao ensinar os princÃpios geológicos, incluindo noções de quÃmica e fÃsica, aumentando os conceitos dos alunos e auxiliando os professores, o graduando é o mais beneficiado. âSomos privilegiados, pois a vivência acadêmica necessita do fator realidade, oferecido através dos projetos educacionais e de extensãoâ, argumenta Azevedo.