ISSN 2359-5191

05/11/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 78 - Sociedade - Instituto de Psicologia
Falta de homem não é maior problema das solteiras

São Paulo (AUN - USP) - Mulheres solteiras vivem reclamando da falta de homens disponíveis no mercado. O professor Ailton Amélio da Silva, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, concorda parcialmente com a reclamação. Segundo sua pesquisa, a história não é bem essa. Para ele, apesar de nascerem de 5 a 10% mais homens do que mulheres, a quantidade é equiparada por volta dos 18 anos e até os 40 anos o número se equilibra. Ainda assim, dados apontam que existem cinco milhões de mulheres a mais do que homens no Brasil. Porém, muitas delas são idosas – afinal, elas vivem mais do que eles. Dessas, Silva considera que várias são viúvas. E viúvas não costumam ser grandes concorrentes para aquelas que reclamam da pouca quantidade de homens.

Para o professor, uma das causas da solteirice seria o excesso de seleção. “Quem escolhe muito a comida é porque tem falta de apetite”, compara. Outro motivo é a fase em que a mulher se encontra. Silva acredita que a mulher contemporânea passa por três estações: a primeira, chamada “a vida é uma festa”, é aquela em que a mulher freqüenta bares, baladas, e devido a esse ritmo frenético não consegue se envolver com uma só pessoa. A segunda, próxima aos 30 anos, é a dita “agora ou nunca”: a mulher já passou por diversas situações, possuiu experiência, mas, por ser ansiosa, assusta diversos pretendentes. A terceira é quando a mulher retoma a vida amorosa, já com filhos – é a fase do “ói nóis aqui traveiz”. Mulheres mais velhas naturalmente têm maior dificuldade em encontrar um par – ao contrário das mais novas, que, com seus 20 e poucos anos, atraem tanto homens mais velhos, quanto mais novos, mas não sabem o que querem.

No entanto, o problema não está só nas mulheres. Homens também possuem sua parcela de culpa. Segundo a pesquisa de Silva, metade das pessoas se declara tímida, o que afeta – e muito – na hora da conquista. Por sentirem maior pressão da sociedade para tomarem uma atitude na área amorosa, muitos homens acabam não conseguindo ter uma iniciativa e se frustram. A insegurança aliada à timidez, então, cria uma barreira para se aproximar da pretendente. “Na balada, por exemplo, fica aquela paquera à distância e o medo de não ter papo”, diz o professor. Hesitar e temer a falta de assunto durante o flerte são os problemas mais recorrentes dos homens, segundo Silva. “Eles querem falar algo inteligente... Eu sugiro a fórmula E=mC²”, brinca, usando a fórmula da relatividade de Albert Einstein.

Como atrair alguém então? Confiança e escolha correta. “Não tem fórmula ou meia dúzia de palavras que façam o outro se apaixonar”, diz. Seguir a tese de que os opostos se atraem, para Silva, também é uma furada. A similaridade é um fator importante para que os casais dêem certo. Semelhança, admiração e complementaridade. “As maiores conquistas vêm quando a companhia faz sentir que você está crescendo, se expandindo”, explica o psicólogo. Basicamente, é sentir que o outro o completa e promove desafios para seu crescimento. “Além de ter algo que você gostaria de ter, o relacionamento deve ser desafiador”.

Outra questão que deve ser levada em conta são os pontos positivos e negativos. Logicamente, para uma relação saudável, deve haver mais pontos positivos do que negativos. Caso contrário, há o desgaste e os conflitos na relação. Portanto, as qualidades compensam os defeitos – e o peso de cada qualidade ou defeito varia conforme a pessoa. “O importante não é ser perfeito. É não ter um defeito que incomode o parceiro”, explica.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br