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09/12/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 96 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Medalhistas olímpicos defendem cultura esportiva pós-2016

São Paulo (AUN - USP) - Os ex-atletas Ricardo Prado e José Montanaro defendem que, além de provar que o Brasil pode organizar o maior evento esportivo do mundo, a competição precisa trazer mudanças estruturais e culturais para o esporte nacional. Durante o VII Encontro de Marketing Esportivo, realizado na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, ambos analisaram os Jogos Panamericanos de 2007 e mostraram os desafios para a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016.

O ex-nadador Ricardo Prado, vice-campeão olímpico na prova 400m medley em 1984, trabalhou na gerência geral de esportes do Comitê Organizador Rio 04/08 e destaca erros que não podem ser cometidos em 2016. “Na área em que atuei, de políticas e operações esportivas, deveríamos contar com 60 profissionais, mas, por corte de gastos, o setor foi reduzido a treze durante o Pan. Em um evento maior, é impossível que alguns se responsabilizem pelo trabalho que deveria ser feito por quatro pessoas”, alerta. Para ele, o esporte aproxima-se cada vez mais de um espetáculo e no Brasil não será diferente. Porém, essa não deve ser a principal preocupação dos organizadores. “O país tem capacidade de fazer bem feito. O que precisa ser pensado é uma política de esporte e educação diferente da que vemos hoje”, conclui Prado.

Já Montanaro, da famosa geração de prata do vôlei nos Jogos de 1984, explica porque é difícil mudar a mentalidade atual dos dirigentes e fazer um planejamento a longo prazo. “O esporte de alto rendimento é muito caro e necessita de conquistas e ídolos para impulsionar o desenvolvimento de novos atletas”, afirma. Sobre a oportunidade de o Brasil fazer uma boa campanha nas Olimpíadas, o atual supervisor da equipe Brasil Vôlei Clube, de São Bernardo do Campo, ressalta que não há tempo para se desenvolver projetos e categorias de base que visem 2016. Para ele, deve-se priorizar o que os Jogos deixarão para o país. “O legado não deve ser apenas físico, mas de cultura esportiva e de mudança de mentalidade”.

Planejamento e marketing
No Encontro, também foram abordados temas como a formação de atletas e o aprimoramento do marketing que foi realizado em 2007. Fernando Maroni, diretor das categorias de base do Brasil Vôlei Clube, afirma que faltam investimentos públicos e privados e maior valorização da educação física. “Exceto no futebol, os investimentos são apenas em projetos pontuais. O principal legado que as Olimpíadas podem deixar é uma formação de atletas diferente da atual, que será sentida futuramente”, explica Maroni.

Em relação ao marketing, tanto a Copa do Mundo em 2014 quanto os Jogos de 2016 tendem a alavancar a necessidade de profissionais da área, visto que eventos como esse demorarão muito para voltar ao país. Para Marcelo Palaia Giamoni, diretor da Agência Let’s Play Marketing Esportivo e responsável pelo planejamento de marketing da empresa Oi no Pan de 2007, o mercado carece de profissionais especializados. Giamoni aproveita também para sugerir melhorias na estrutura para 2016. “O principal problema do Pan foi a distância entre localidades das competições. O investimento deverá ser muito grande em transporte, para que o público possa assistir aos esportes em diferentes ginásios no mesmo dia”, afirma.

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