ISSN 2359-5191

26/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 20 - Saúde - Hospital Universitário
Técnica pioneira diminui custos de tratamento para depressão

São Paulo (AUN - USP) - Um novo método de tratamento para depressão está sendo testado por pesquisadores no Hospital Universitário da USP. A técnica consiste em estimular determinadas áreas do cérebro com pequenas frações de corrente elétrica – no caso dos pacientes com depressão, o córtex pré-frontal esquerdo. Ela é conhecida como estimulação transcraniana por corrente contínua.

Diversas doenças psiquiátricas estão relacionadas à baixa atividade cerebral e o método baseia-se no princípio de que o estímulo aumentaria essa atividade. Tratamentos mais antigos já seguiam essa linha, como a ECT (Eletroconvulsoterapia), que existe desde os anos 30. Há também a EMT (Estimulação Magnética Transcraniana), aprovada em 2008 pelo FDA (agência americana para drogas e alimentos). A diferença é que a nova técnica, ainda em fase de estudos no mundo todo, dispensa a sedação do paciente e o aparelho utilizado é menor e mais barato. Seu custo de fabricação é por volta de R$ 700,00, aproximadamente o que um único usuário de medicamentos antidepressivos gasta em um mês.

A iniciativa no Brasil é pioneira, e faz parte do trabalho de doutorado do psiquiatra Andre Brunoni. Ele conheceu a técnica em 2008, durante um estágio na universidade de Harvard e resolveu estudá-lo. Até o próximo ano, ele e outros profissionais envolvidos na pesquisa analisarão 120 voluntários, que serão divididos em quatro grupos. O primeiro receberá a estimulação ativa e o antidepressivo Sertralina; o segundo, a estimulação e o placebo do medicamento; o terceiro, uma falsa estimulação e a Sertralina; e o quarto, a falsa estimulação e o placebo.

A equipe pretende ainda fazer um estudo de segmento, ou seja, os pacientes que apresentarem melhora nesse período podem continuar com o tratamento. Segundo Brunoni, o principal objetivo do trabalho é avaliar se a estimulação poderá ser usada na população em geral e, principalmente, descobrir quais são as contra-indicações. Por enquanto, sabe-se que pessoas com pino e marca passo cerebral não devem receber a corrente.

A pesquisa é financiada pela Fapesp e está recrutando voluntários. Antes de iniciar o tratamento, os pesquisadores entram em contato com o médico responsável pelos pacientes. Para se inscrever, é preciso ter entre 18 e 65 anos e sofrer de depressão moderada a grave. Os interessados podem mandar um email para pesquisacientificahu@gmail.com ou entrar em contato com a psiquiatra Lays através do 3021-2222.

Todos os estudos sobre estimulação transcraniana por corrente contínua estão registrados no site clinicaltrials.gov, em inglês. Para conhecê-los basta acessar e digitar “transcranial direct current stimulation”.

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